quinta-feira, junho 19, 2003

Rui Veloso diverte-se em Évora
Estava para aqui a aguentar-me, mas não resisto; foi quase tão infeliz como aquela do documentário "Bowling for Columbine", onde a senhora da loja de armamento, tendo diante dela um rapazinho crivado de balas em pé e outro sentado numa cadeira de rodas, paraplégico, vira-se para o que está de pé e diz (o mariquinhas estava a queixar-se de ter uma balita alojada entre a Aorta e a coluna): "Ao menos não ficou paraplégico" (....) só faltou dizer ao da cadeira de rodas que ao menos não tinha uma bala perto da aorta. Adiante. O Rui Veloso teve uma tirada hilariante no fim de uma música: "a gente é paga e ainda por cima se diverte!" (................)
Porra, se por um concerto eu recebesse mais de 5000 contos como este cromo recebe, eu não me divertia, saltava até à estratosfera de contente, era só sorrisos durante horas a fio, pagava as dívidas e rodadas ao pessoal durante semanas, tinha TV Cabo (para pertencer às tais associações minoritárias), e ainda brindava o público com uma peformance arrebatada onde todos os músicos seriam lançados de para-quedas de uma altitude estravagante, com resmas de luzes laser multicolores a cortar os céus, a tocar à desgarrada pelo meio das nuvens, com mais de 30000 wats de potência de som, e onde, no fim da música, com a adrenalina a sair-nos pelas orelhas, esmagaríamos estrondosamente os instrumentos contra os seculares mármores do templo de Diana (para os eruditos, templo romano). Isso é que seria curtir, ó Ruizinho. "E ainda por cima a malta diverte-se"......é nestas alturas que me certifico que Deus realmente não deve existir, ou então anda muito distraído.

PP

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