O Blogo Social Português (BSP) inicia hoje, 16 de Junho, o seu oitavo ano de existência.
Nascido por iniciativa de Paulo Pereira, à época na associação Pédexumbo, juntou meia dúzia de pessoas que se conheceram, ou se reconhecerem, durante o processo do I Fórum Social Português.
Tínhamos saído daquele processo com o entendimento de que, se ele representava qualquer coisa de inovador no movimento associativo, tinha ficado, porém, aquém do que acreditávamos que teria sido possível. Era necessário, na nossa leitura de então, criar uma base de sustentabilidade social que permitisse romper com algumas das suas limitações – metodológicas, programáticas, de mobilização – para solidificar o que ele tivera de novo.
O BSP surgiu assim como a expressão desta leitura. Como um instrumento para a sua consolidação e inovação.
Com o passar do tempo e a aparente imobilidade da realidade, o pequeno grupo dispersou-se pelas várias solicitações que continuaram a proliferar e pelas voltas que a vida nos foi dando.
Os que ficaram – ou o que ficou – centraram o foco do BSP nas notícias que iam rompendo o bloqueio e iam chegando das várias partes do mundo, da acção dos vários movimentos sociais espalhados pelo mundo. Particularmente da América Latina, que está a passar por um interessantíssimo e riquíssimo processo de transformação, mas também de terrenos de luta que o século XX não conseguiu ainda fechar. O Sara Ocidental, cuja população espera há 35 anos por poder exercer o seu direito à autodeterminação, a Palestina, cuja população espera há 60 anos por ver reconhecido o seu direito à dignidade, à sua cultura, ao seu território, à paz.
O BSP transformou-se assim, nestes últimos três anos, numa caixa de ressonância. Ficou com menos Portugal mas com mais mundo. Algumas vezes, poucas, também tem havido Portugal no mundo.
Talvez tenha ficado um pouco incaracterístico. Talvez tenha perdido coerência.
Relativamente ao projecto inicial, claramente que perdemos. Mas continuamos vivos.
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