quinta-feira, novembro 16, 2017

Repúdio das dívidas soberanas: uma cronologia

Desde o início do século XIX, numerosos Estados perderam a sua autonomia, da América Latina à Tunísia, Egipto, Império Otomano, sem esquecer a Grécia. A dívida foi utilizada como uma arma de dominação e de espoliação.
 
Contrariamente à narração dominante, os países da periferia endividados não são responsáveis pelas crises das dívidas soberanas, que na maioria das vezes têm origem nos países capitalistas mais poderosos e se transformam em crises de grande escala, com impacto nos países periféricos. Não são as despesas públicas excessivas mas sim as condições impostas pelos credores que provocam a acumulação de dívidas insustentáveis. As crises da dívida e as suas consequências são geridas em proveito dos grandes bancos e dos governos das grandes potências, que os apoiam. As classes dominantes dos países endividados são cúmplices.
 
Esta ditadura da dívida não é inelutável. No decurso dos dois últimos séculos, vários países repudiaram a sua dívida com sucesso. Éric Toussaint passa em revista os repúdios realizados pelo México, EUA, Cuba, Costa Rica e Rússia Soviética.
 
Esta cronologia cativante, apresentada sob a forma duma linha do tempo ilustrada, dá-nos pontos de referência indispensáveis para compreendermos a mecânica implacável da dívida e a evolução do mundo capitalista ao longo dos dois últimos séculos.
 
Para melhor compreender esta linha do tempo, é recomendável ler o livro Le Système dette (ed. Les Liens qui Libèrent).

--
Eric Toussaint
www.cadtm.org
Nouvelle adresse CADTM international, 35 rue Fabry
4000 Liège
Belgique

Sem comentários: