Desde o início do século XIX, numerosos Estados perderam a
sua autonomia, da América Latina à Tunísia, Egipto, Império
Otomano, sem esquecer a Grécia. A dívida foi utilizada como
uma arma de dominação e de espoliação.
Contrariamente à narração dominante, os países da periferia
endividados não são responsáveis pelas crises das dívidas
soberanas, que na maioria das vezes têm origem nos países
capitalistas mais poderosos e se transformam em crises de
grande escala, com impacto nos países periféricos. Não são as
despesas públicas excessivas mas sim as condições impostas
pelos credores que provocam a acumulação de dívidas
insustentáveis. As crises da dívida e as suas consequências
são geridas em proveito dos grandes bancos e dos governos das
grandes potências, que os apoiam. As classes dominantes dos
países endividados são cúmplices.
Esta ditadura da dívida não é inelutável. No decurso dos dois
últimos séculos, vários países repudiaram a sua dívida com
sucesso. Éric Toussaint passa em revista os repúdios
realizados pelo México, EUA, Cuba, Costa Rica e Rússia
Soviética.
Esta cronologia cativante, apresentada sob a forma duma linha
do tempo ilustrada, dá-nos pontos de referência indispensáveis
para compreendermos a mecânica implacável da dívida e a
evolução do mundo capitalista ao longo dos dois últimos
séculos.
Para melhor compreender esta linha do tempo, é recomendável
ler o livro Le Système dette
(ed. Les Liens qui Libèrent).
Eric Toussaint
www.cadtm.org
Nouvelle adresse CADTM international, 35 rue Fabry
4000 Liège
Belgique
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