Num
despacho datado de 6 de Abril o correspondente na China da agência noticiosa
Associated
Press
(AP) dava conta do crescente número de conflitos laborais
que têm proliferado naquele país nos últimos anos.
Baseando-se
em dados recolhidos no
boletim do Hong
Kong China Labor,
uma organização sediada em Hong-Kong que reúne informações
retiradas
da comunicação social chinesa,
os 168 milhões de trabalhadores migrantes empurrados dos campos para
as cidades pelas reformas económicas iniciadas há mais de 3 décadas
pelas autoridades de Pequim, estão a descobrir os seus direitos
laborais num movimento de protesto que tem duplicado a cada um dos
últimos quatro anos, tendo passado de 185 em 2011 para mais de 1.300
em 2014.
A
repressão por parte das autoridades tem acompanhado este crescendo,
assim como a dos patrões das fábrica que despedem os organizadores
dos movimentos grevistas.
A
lei do trabalho, que entrou em vigor em 1995, reconhece o direito à
contratação colectiva e à greve, mas apenas se for organizada pela
Confederação Geral dos Sindicatos, que os críticos dizem ser
essencialmente um braço do governo.
Para
o correspondente da AP «os
trabalhadores fabris migrantes são, talvez, a vanguarda deste
movimento»,
mas o activismo laboral está lentamente a espalhar-se entre a classe
trabalhadora que, ao todo, constitui mais de metade da população
chinesa.
E
cita Zhang Zhiru, que anima um pequeno grupo que apoia os
trabalhadores na defesa dos seus direitos, segundo o qual o governo
vai continuar a envidar esforços para cercear as organizações
laborais, pois considera-as «uma
fábrica de problemas».
«O
desenvolvimento social e a crescente consciencialização dos
trabalhadores sobre a necessidade de proteger os seus direitos vai
empurrar a sociedade para a mudança»,
disse ele.
Recorde-se
que o Banco Mundial prevê um crescimento para a economia chinesa de
7,0% para 2015 e 2016, ligeiramente inferior aos 7,4% observados em
2014.
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