Nós,
60 mulheres de 18 países europeus, reunidas em Donostia, País
Basco, no encontro da Coordenação Européia da Marcha Mundial das
Mulheres, saudamos a resistência das mulheres curdas de Kobane
(Rojava), na fronteira entre a Turquia e a Síria, onde se
desenvolvem entre curdos, sírios, arménios, árabes, yezidies e
tchechenos alternativas concretas ao capitalismo, ao colonialismo e
ao sistema patriarcal, baseadas na coexistência pacífica entre
diferentes religiões e na liderança partilhada democraticamente a
todos os níveis. Este modelo alternativo é defendido pela valente
resistência do YPG (Unidade de Proteção Popular) e YPJ (integrada
por mulheres).
Condenamos
a violação dos direitos das mulheres e dos direitos humanos
fundamentais, assim como todos os tipos de fundamentalismo religioso,
étnico e político. Denunciamos o aumento das alianças com os
sectores ultra conservadores, incluindo o fundamentalismo religioso,
como uma estratégia para reforçar o modelo capitalista e patriarcal
como 'solução' para a crise.
Continuamos
com a nossa luta nas regiões em conflito para acabar com a violação
e a escravidão de mulheres como arma de guerra e para construir um
outro mundo onde sejam excluídas todas as formas de dominação,
exploração e exclusão de uma pessoa sobre outra, de um grupo sobre
outro, de uma maioria sobre uma minoria, de uma nação sobre outra.
Frente
aos recentes ataques contra as alternativas e direitos das mulheres,
decidimos lançar a nossa 4a Acção Internacional no Curdistão, no
dia 8 de Março de 2015, com o objectivo de apoiar as mulheres curdas
na sua luta pela autonomia e auto-determinação sobre os seus corpos
e territórios. Convocamos todas as mulheres do mundo a participar e
apoiar a Caravana Feminista Europeia para reforçar e tornar visível
a resistência e as alternativas desenvolvidas pelas mulheres.
Seguiremos
em marcha até que todas sejamos livres!
Donostia
(San Sebastián), País Basco, 12 de Outubro de 2014.
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