Carta enviada hoje aos líderes dos grupos parlamentares
A violência e a morte intensificaram-se nos últimos dias em Gaza, culminando num
massacre, em nome de um direito de auto-defesa do Estado de Israel. Esta
suposta acção de "defesa" é na verdade um ataque indiscriminado e
genocida à população civil palestiniana, que já matou em poucos dias centenas
de civis - homens, mulheres e muitas crianças.
Pouco antes da invasão terrestre
de Gaza, o Hamas propôs, por intermédio do Egipto, uma lista de condições muito
razoáveis e aceitáveis para uma trégua de dez anos. Mas o governo israelita não
quer ouvir falar de trégua, nem de paz, como a comunidade internacional
constatou após o fracasso das últimas negociações de paz. Como tão bem diz o
escritor Eduardo Galeano, "para justificar-se, o terrorismo de
Estado fabrica terroristas: semeia ódio e colhe álibis. Tudo indica que
esta carnificina de Gaza, que segundo os seus autores quer acabar com os
terroristas, conseguirá multiplicá-los".
Portugal, como Estado democrático que aderiu à Carta das
Nações Unidas e munido de princípios constitucionais de cariz humanitário,
deveria usar todos os meios ao seu alcance para parar o crime de guerra que
está a ser cometido pelo exército e o governo israelitas. O parlamento
português deveria recusar-se a que o povo português pactue pelo silêncio e a
inércia com os massacres repetidamente cometidos em Gaza e de forma geral com a
opressão de um povo cuja vida tem vindo a ser sequestrada pelos sucessivos
governos de políticas sionistas devastadoras desde 1948.
Apelamos a que os deputados portugueses, seguindo o
exemplo unânime do parlamento chileno, se manifestem contra o massacre da
população civil palestiniana e a ocupação da Palestina e, tal como um conjunto
de cidadãos israelitas o fizeram através de uma carta dirigida à UE,
apoiem as condições da trégua propostas pelo Hamas.
Comité de Solidariedade com a Palestina
e Grupo Acção Palestina
A mesma carta foi enviada ao ministro de Estado e dos
Negócios Estrangeiros, apelando a que o governo siga "o exemplo do
Equador e suspenda de imediato as suas relações diplomáticas com o
regime israelita".
pev.correio@pev.parlamento.pt
(para escrever ao ministro dos Negócios Estrangeiros, utiliza-se o formulário do site do ministério)
--
Comité de Solidariedade com a Palestina
https://www.facebook.com/ComitePalestina
palestinavence.blogs.sapo.pt
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