Nós, os manifestantes detidos hoje, 27 de Junho de 2013, no bairro da
Bela Flor, saímos em manifestação espontânea a partir de S. Bento, com a
polícia constantemente a acompanhar-nos sem nos nos dar qualquer tipo
de indicações. Durante todo o percurso, os manifestantes foram pacíficos
e não causaram qualquer tipo de danos. Após a passagem pelo Centro
Comercial das Amoreiras, quando nos aproximámos do acesso para a Ponte
25 de Abril, pela primeira vez, as autoridades comunicaram connosco para
nos indicar que enveredássemos para o acesso à Ponte 25 de Abril. Fomos
encorralados por dezenas de membros e carrinhas do corpo de intervenção
que esperavam fora de vista, e então dirigidos para o bairro da Bela
Flor, sempre rodeados pelo corpo de intervenção.
Ficámos detidos na rua
desde as 19 horas (passa já das 23 horas e só agora estamos aos poucos a
ser libertados), sem acesso a água ou sanitários. Após identificação e
revista um a um dos cerca de 200 manifestantes, foram-nos apresentados,
documentos para assinar ao mesmo tempo que se dificultava o acesso a
advogados. Acabámos por saber que teremos que comparecer todos amanhã,
28 de Junho, às 10 da manha no Campus da Justiça do Parque das Nações.
Pedimos a presença e solidariedade de todos para os procedimentos.
Já na anterior Greve Geral aconteceram inúmeras irregularidades nas
detenções que foram efectuadas e, mais uma vez, o governo procura formar
um escândalo para tentar abafar o impacto da Greve Geral.
Aqui não há criminosos mas há arguidos; no governo não há arguídos, há criminosos.
Os Manifestantes Detidos no Bairro da Bela Flor
Bairro da Bela Flor, 27 de Junho de 2013
manifestantes.da.bela.flor@gmail.com
1 comentário:
A falta de escrúpulos veio para ficar com o despedimento colectivo do Casino Estoril. Nunca nos abandonou uma mentalidade esclavagista, mentalidade de negreiros. Só assim se explica a morosidade da justiça com o caso do despedimento colectivo do Casino Estoril em que o lado do trabalho esteja sempre a perder. Ataca-se o trabalho com direitos das instituições do estado, que deviam zelar pelo direito do cidadão ao trabalho. Anulam-se os mais antigos funcionários e chama-se a isso, gestão. Pensar em cortar despesas é despedir, naturalmente. Trocam-se funcionários com décadas de casa e com direitos laborais adquiridos por outros mais dóceis por empresas geridas por eles próprios, levando à precariedade, à despedibilidade e à desprotecção social. Gestão deve ser isto. Optimização deve ser isto. E ninguém se rebela com esta converseta cínica?:
A morosidade da justiça está a contribuir, no empobrecimento dos cidadãos e destruindo como contribuintes.
Despedir desta maneira é um vale-tudo.
Depois quando as pessoas ficam no desemprego, não se vê Justiça, associações de diversa natureza o próprio estado, os deputados os grandes defensores do cidadão, ou seja tudo uma grande treta, anda meio mundo a enganar meio mundo, mas ajuda no sentido de justiça nada no sentido de quem quer produzir o mesmo que nada.
Basta ver este despedimento do Casino Estoril e seus atrasos na justiça que ninguém investiga, porque será ?
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