Cara/o amiga/o,
Dando
cumprimento ao mandato que lhe foi atribuído pelo Congresso Democrático
das Alternativas, a Comissão Organizadora reuniu no dia 21 de Outubro
de 2012 em Lisboa para discutir as formas de concretização da agenda
aprovada no Congresso, tendo presente a evolução da situação social e
política do país e, em particular, a proposta de Orçamento de Estado
(OE) para 2013 apresentada pelo Governo a 15 de Outubro.
A
Comissão Organizadora do Congresso afirma a natureza profundamente
injusta e contraproducente da proposta de OE. Esta proposta agrava a
recessão, aumenta o desemprego, avoluma o défice e a dívida pública,
destrói a sociedade e desbarata a economia, agrava as desigualdades e
ultrapassa os limites absolutos da capacidade de sofrimento do povo, põe
em causa os mais elementares princípios constitucionais, incluindo o da
existência de um Estado Social digno e capaz de servir a coesão social e
o funcionamento da economia.
Algumas
vozes que, no passado recente, se revelaram tolerantes ou mesmo
defensores da austeridade recessiva, exprimem agora oposição à proposta
de OE, defendendo as virtudes de um “ajustamento orçamental alternativo”
assente na redução da despesa pública. Na realidade, tal ajustamento
teria de incidir necessariamente sobre os salários e/ou o emprego da
função pública e sobre as prestações sociais. A consequência de cortes
nestas rubricas, onde 70% da despesa pública está concentrada, seria a
degradação acelerada dos serviços públicos, o colapso do Sistema
Nacional de Saúde, da Escola Pública e dos sistemas de pensões e de
proteção social. Os cortes na despesa, por representarem quebra do
rendimento disponível da maioria das famílias, teriam não só o mesmo
efeito recessivo inscrito na atual proposta de OE, como teriam um efeito
regressivo desastroso. Somariam a uma quebra direta do rendimento
disponível dos funcionários públicos, dos pensionistas e dos
desempregados, uma quebra indireta do rendimento disponível da maioria
das famílias, com menores recursos, cujo bem-estar mais depende da
provisão pública de serviços.
Na realidade, não
há verdadeira alternativa à proposta de OE que não passe pela redução
da única despesa que pode ser cortada sem efeitos recessivos e com
benefício na libertação de recursos para o investimento e a criação de
emprego: os juros da dívida pública.
É, pois, pela denúncia e renegociação dos termos do Memorando que passa
qualquer verdadeira alternativa à proposta de OE para 2013. É nisto que
consistem as razões do Congresso Democrática das Alternativas,
expressas na Declaração aprovada em 5 de outubro (disponível aqui: http://www.congressoalternativas.org/p/documentacao.html).
É
cada vez mais claro que o Memorando e a sua execução são o problema
crucial da nossa depressão e que a renegociação da dívida e dos seus
encargos é não só a mais urgente das alternativas, como uma necessidade
premente. É a isso que cabe dar voz, reafirmando-o como um dos pontos
fortes das convergências mais importantes conseguidas no Congresso.
Assim, em consonância com a Declaração aprovada no dia 5 de outubro, a Comissão Organizadora do Congresso Democrático das Alternativas decidiu lançar uma iniciativa cidadã de rejeição da proposta de Orçamento de Estado para 2013, sob a forma de uma petição pública.
A recolha de assinaturas irá decorrer durante todo o processo de
discussão da proposta de OE na Assembleia da República, o qual, de
acordo com os calendários previstos, terá a sua conclusão no final do mês de Novembro (depois de votada a proposta na generalidade e na especialidade).
A petição está disponível no site do Congresso Democrático das Alternativas, podendo ser lida e subscrita aqui: http://www.congressoalternativas.org/p/peticao-oe-2013.html.
Apelamos
a todos os apoiantes do Congresso Democrático das Alternativas para que
subscrevam esta petição e colaborem na sua divulgação. Enviamos abaixo
um texto que poderá utilizar em mensagens a todos os seus contactos que
possam rever-se nesta iniciativa de rejeição da proposta de OE para
2013.
Contamos consigo.
Saudações democráticas,
A Comissão Organizadora
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