Caras amigas
Entramos na fase crítica para podermos travar uma das maiores atrocidades cometidas num dos mais belos rios de Portugal. Esta é uma luta que já dura há vários anos, contudo todos os esforços que têm sido feitos para preservar o Vale do Tua, a sua riqueza natural e cultural, têm sido contrariados pelas forças políticas e económicas que querem expropriar-nos de um bem comum universal.
A construção da barragem já começou! O Vale do Tua faz parte do Alto Douro Vinhateiro - Património Mundial da Humanidade que celebrou o 10° aniversário da classificação atribuída pela Unesco em Dezembro passado – e vê-se agora em risco de ser completamente destruído. Temos de agir. Temos de nos unir para preservar um Património que é nosso.
A construção da Barragem em Foz-Tua faz parte do Plano Nacional de Barragens, um plano energético concebido pelo Governo deposto que promulgou a construção de 10 Barragens de Elevado Potencial Hidroeléctrico no país. Muitas das organizações da sociedade civil insurgiu-se contra este plano, que dá forma ao maior atentado ambiental a acontecer em Portugal. Apesar de todo o esforço feito por estas organizações, os interesses económicos que estão por detrás das construções das barragens têm ultrapassado todos os entraves colocados.
Precisamos de todo o apoio possível para parar a construção da barragem de Foz-Tua por isso apelamos à mobilização de todos para a defesa, preservação e valorização do nosso Património!!!
O dia 14 de Março é o Dia Internacional pelos Rios. O rio Tua, o rio Sabor, o rio Tâmega, os rios ameaçados não podem ser esquecidos. Queremos assinalar este dia com um evento em que a nossa voz se faça ouvir. Do dia 10 ao dia 18 de Março iremos organizar um acampamento pela preservação do Vale do Tua e pela censura pública dos promotores deste empreendimento.
Actua pelo Tua: o acampamento
Este acampamento pretende reflectir sobre o momento actual que vive Trás-os-Montes e, em especial, a Linha do Tua e ao mesmo tempo, partilhar a realidade, a cultura de uma comunidade que há muitos anos sente e vive o Vale do Tua. O acampamento será também uma ocasião para criar redes entre as pessoas, fortalecendo a aprendizagem entre todos e todas: a troca de experiências e difusão de informação sobre questões ambientais, sociais e políticas. Será também um espaço para acções de protesto, junto aos locais e com as pessoas afectadas pela construção da barragem, para exigir a suspensão imediata dos trabalhos de construção. Não podemos permitir que a construção da barragem condene a Região do Vale do Tua com a desclassificação do Alto Douro Vinhateiro e a submersão da centenária Linha do Tua. Caminhemos juntos contra a construção da Barragem da EDP!
Voluntários
O acampamento está a ser organizado por uma constelação de voluntários. Precisamos de todo o apoio das associações e das pessoas que queiram participar na organização deste acampamento. Este acampamento é auto-organizado e lançamos um apelo para que todos/todas se organizem com acções e material pelo Tua, contra a Barragem. O apoio poderá ser feito de várias formas:
- divulgando material de campanha, convites, outros materiais informativos;
- organizando transportes colectivos para viagem até ao Tua;
- organizando materiais como: tendas/lonas/estruturas em madeira/equipamento de cozinha/casas de banho ecológicas/tintas/;
- participando activamente na organização e preparação dos fóruns, das reuniões, workshops e na preparação do acampamento no terreno;
- fornecendo alimentos, equipamento de cozinha e disponibilidade para preparar refeições;
- fazendo uma angariação de fundos;
- convidar e disponibilizar técnicos e especialistas, produtores e deputados que se pronunciem sobre o PNB.
Os danos irreversíveis
Os impactos que a construção da barragem vai provocar são inúmeros e irreversíveis. Entre eles contam-se:
- o afogamento de uma linha de comboio com 125 anos, que tem a função de servir as populações locais ao nível de transporte de bens e pessoas, como tem também um potencial turístico enorme, e por isso de importante desenvolvimento económico e social;
- a hipoteca causada a todas as gerações futuras pela construção da barragem: o PNB está previsto custar 16 mil milhões de euros ao Estado e ter uma produção de 0,07% que subtraindo os custos de produção e de transporte de energia e o aumento anual do consumo de energia é praticamente nulo;
- as grandes barragens destroem irreversivelmente os solos agrícolas, os ecossistemas, as paisagens naturais e humanizadas, o património cultural, ou seja, a sustentabilidade social, ecológica, económica da região envolvente;
- o Ministério da Economia e Emprego e o Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, autorizaram à EDP o abate de mais de 1104 sobreiros e 4134 azinheiras em povoamentos e núcleos de valor ecológico elevado no Vale do Tua;
- a desclassificação do ALTO DOURO VINHATEIRO – Património da Humanidade (ver relatório da ICOMOS sobre os impactos da barragem da EDP na Paisagem Cultural do Douro Vinhateiro, classificada como Património Mundial pela UNESCO);
- a perda incomensurável de fluxo turístico, de identidade cultural e de criação de riqueza na Região;
- a violação da Directiva Quadro da Água, um plano de acção da Comunidade Europeia para a protecção das águas.
Todas as mãos são bem-vindas! Não deixemos afundar o Vale do Tua!
Acampamento Actua 10 a 18 Março 2012 Foz-Tua
Concurso de Artes Actua pelo Tua // Exposição 14 Março // Inscrições Abertas
Contacto: acampamentoactua@gmail.com
Noticias: acampamentoactua.wordpress.com
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