sábado, maio 07, 2011

Carta aberta - apoio embaixada de Israel

Caro António,

Foi com muita tristeza que lemos a carta aberta que escreveram ao IndieLisboa. Não só compreendemos a vossa causa, como precisamente por isso, achamos que se deve investigar primeiro o que se passa e se tal se continuar a justificar então escrever alguma coisa. Agora escrever uma carta com total desconhecimento de causa, não só nos parece injusto, como até é lesivo da nossa integridade.

Este ano escolhemos 4 filmes israelitas para o festival, dois deles abertamente contra a grave situação política que actualmente se está a viver em Israel. Um deles, Transparent Black, a realizadora israelita pediu directamente o apoio à Embaixada de Israel em Portugal. O dinheiro não passou por nós nem a viagem foi tratada por nós. Como qualquer entidade responsável mencionamos nos nossos materiais esse apoio.

De qualquer forma, convidamo-vos para irem ver dois dos filmes propostos para o programa, dos quais vos enviamos a sinopse para perceberem do que estamos a falar:

Transparent Black
Kokou is a cleaner dreaming of becoming football manager, Philo wants to become a business woman. Both are refugees in Israel, both learn Hebrew at night. Each has to deal with the disillusion of facing racism even in a country built up by victims of the very same plague. Not being seen as who you are but as what you represent, simply turned into transparent, erased.


Out/Tse, de Roee Rosen
Podemos ser tentados a ver este filme como uma defesa dos rituais de dominação e submissão sado-maso. Ou acreditar que segue o rasto de um paralelo entre uma rapariga possuída e cidadãos israelitas impregnados do demónio do racismo. Mas e se fosse isto o que está a acontecer hoje em Israel?
Tse’s central scene depicts a domination/submission thrashing, set in a mundane living room. The scene is not acted but rather performed by two women whose real-life preferences entail BDSM (Bondage-Domination-Sadism-Masochism). But in this session, the painful blows meted out by the Dom cause the sub to spew out sentences, all of which are quotes from Israel’s Minister of Foreign Affairs, Avigdor Lieberman, renowned as one of the most extreme right-wing politicians in the country. Thus, a scene of erotic pleasure and pain becomes an exorcism, and the film itself a hybrid between a documentary (both about the present rhetoric of the Israeli right, and its free-spirited sexual community), a fictional scene harking to a genre of horror movies, and the theme of possession. The ritual at the centre of the work is framed by two additional scenes, each with its own distinct cinematic style. A preceding interview with the two participants seems at first to be a straightforward documentary about their own experiences within the Israeli BDSM scene, but soon transforms into an exposition of the premise by which one is possessed, the other an exorcist. The final musical scene is a song set to the words of the Russian poet Esenin’s Letter to Mother. Executed as a one-shot, the song not only elevates and complicates the emotional resonance of what preceded it, but is also a direct, if twisted, hommage to the final scene of another film that deals with hybridity, radical sexuality and politics: Dusan Makavejev’s WR, The Mystery of the Organism.

Acho que mais explícito do que a nossa posição não poderia ser... Ou vamos continuar a fingir que nada se passa e vamos continuar a agir sem pensar?

Cumprimentos,
miguel valverde

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