domingo, janeiro 02, 2011

Turquia: organizações curdas apelam à solidariedade

Este é um apelo à solidariedade do Democratic Freewomen Movement (DOKH) contra a violação da lei e da justiça, contra a obstrução do direito à defesa em língua materna, ou seja contra o direito à defesa.

Como sabem, milhares de políticos curdos, autarcas, defensores dos direitos humanos, activistas da DOKH, foram detidos nos dois últimos anos em toda a Turquia nas denominadas "operações KCK". Com estas prisões abusivas e ilegais testemunhamos mais uma vez a falência do direito e da justiça, pois não passam de conceitos meramente formais do domínio da política democrática legal, mas fora dos limites da acção de um grupo de cidadãos. A lei e a justiça não podem admitir "dois pesos, duas medidas". Os nossos amigos que se envolvem na política democrática enfrentam a discriminação e são presos por muitos anos, porque optam pela oposição.

Avaliamos estes factos como a continuação da prática do sistema de dominação militarista, machista, sexista, de obstruir as forças da oposição, manietando-as e impedindo-as de agir. A insistência do actual governo na recusa em resolver a questão curda por meios pacíficos e democráticos, revelou-se também na abordagem do Estado a este caso.

A primeira audiência da acção judicial com 151 arguidos (104 dos quais estão presos) iniciou-se em 18 de Outubro de 2010 no 6º Tribunal Penal de Diyarbakir e terminou em 12 de Novembro. Nessas audiências, o direito dos políticos curdos à defesa na língua materna foi violada e o seu pedido de libertação foi rejeitado sem sequer serem ouvidas as suas testemunhos. 23 dos 104 presos políticos curdos são nossas companheiras na DOKH.

(…)

O facto de os activistas da DOKH lutarem activamente pela solução da questão curda por meios democráticos, reivindicarem uma quota para as mulheres, organizarem actividades para apoiar a luta contra o sexismo, realizarem oficinas sobre a luta contra a violência e até mesmo organizarem manifestações no dia 8 de Março, Dia Internacional da Mulher, são citados como "crimes" pelas autoridades judiciais. (...).

Entretanto, gostaríamos de informá-los que o vosso apoio e, se possível, a vossa participação no julgamento dos nossos amigos, que deve recomeçar no Tribunal de Diyarbakir em 13 de Janeiro de 2011, vai significar muito para nós.

Estendemos os nossos agradecimentos pela solidariedade demonstrada nas audiências anteriores.

Com os nossos melhores cumprimentos,

DOKH

11 de Dezembro de 2010

Tradução do BSP

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