Os que participaram nos encontros não se iludem sobre a actual fraqueza da esquerda anticapitalista. E sabem que fraca continuará a ser se não forem encontradas formas de juntar forças na base de uma plataforma política mínima, comummente aceite.
Nesse sentido, a plataforma O capital que pague a crise, aprovada nos referidos encontros, representa um passo em frente. Ela permite, com efeito, dar a conhecer, de forma mais sistematizada e alargada, posições anticapitalistas de resposta à crise actual. E cria, portanto, condições para colocar a questão da resistência dos trabalhadores, não em termos de partilha de sacrifícios ou de medidas aceitáveis pelo patronato e pelo poder, mas em termos de luta pelos interesses de classe dos assalariados.
A Plataforma Anticapitalista em que as citadas organizações convergiram é uma base de colaboração aberta a demais grupos e pessoas. O seu ponto central é combater a pilhagem a que os trabalhadores e os pobres estão a ser sujeitos, dizendo-lhes que nada têm a esperar deste regime.
Publicamos aqui um comunicado sobre os Encontros e o texto da Plataforma Anticapitalista O capital que pague a crise, apelando aos nossos leitores para que os apoiem e divulguem.
O capital que pague a crise
Patronato, governo e partidos do poder fazem-nos crer que a recuperação da presente crise capitalista exige sacrifícios partilhados por todos.
Na verdade, são os trabalhadores assalariados que estão a suportar o grosso dos sacrifícios.
O ponto central da nossa posição é de que os trabalhadores devem rejeitar pagar os custos da crise – pela acção de massas, pelo apoio mútuo, pela solidariedade de classe (nacional e, sempre que possível, internacional).
Consideramos que a resposta à crise não está na habilidade das "soluções" propostas, mas na força posta no confronto de classes.
Para os trabalhadores, o resultado depende da resistência que opuserem às medidas aplicadas por governos e patrões, das exigências que colocarem, da energia que puserem na sua defesa.
A expressão que resume esta ideia é: «O capital que pague a crise».
As exigências concretas que pretendemos popularizar são as seguintes:
- Trabalho para todos
- Ponto final nos despedimentos;
- Proibição do lay-off;
- Combate ao desemprego, ao subemprego e ao trabalho precário através da redução do horário de trabalho sem redução de salários. - Combate à pobreza e à degradação do nível de vida
- Aumento geral de salários e pensões, redução dos leques salariais;
- Uso exclusivo dos dinheiros do Estado e da Segurança Social para apoio ao emprego e ao bem-estar dos trabalhadores. Nem mais um tostão para banqueiros e especuladores. - Mais justiça social em vez de polícia
- Apoio social aos bairros pobres e às populações imigrantes;
- Julgamento e condenação dos especuladores e corruptos;
- Fim dos privilégios (pensões, indemnizações, carros, etc.) dos administradores, políticos e patrões que cometeram fraudes. - Pôr em minoria os partidos do capital
- Contra a maioria absoluta, contra o bloco central;
- Não votes nos partidos de quem te explora.
Colectivo de Comunistas Revolucionários
Colectivo Mudar de Vida
Colectivo Política Operária
5 Julho 2009
Mudar de Vida - Outubro 2009
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