sexta-feira, julho 25, 2008

Declaração contra a perseguição de migrantes na Europa


Alguns de nossos antepassados, poucos, muitos ou todos, vieram da Europa.

O Mundo inteiro recebeu com generosidade os trabalhadores que de lá vieram.

Agora, uma nova lei europeia, ditada pela crescente crise económica, castiga como crime o livre movimento das pessoas, que é um direito consagrado pela legislação internacional, há muitos anos.

Isto nada tem de espanto, porque sempre os trabalhadores estrangeiros são os bodes-expiatórios, os culpados das crises de um sistema que os usa enquanto necessita e logo os despeja na lata do lixo!

Nada tem de espantoso, mas muito de infame!

O esquecimento, nada inocente, impede que a Europa recorde que não seria Europa sem a mão-de-obra barata vinda de fora e sem as riquezas que o mundo inteiro lhes deu. A Europa não seria Europa sem o genocídio praticado contra os povos indígenas nas Américas e sem a escravidão imposta aos filhos da África, para colocar apenas dois exemplos a esses esquecimentos.

Europa deveria pedir perdão ao mundo, ou pelo menos agradecer-lhe, em vez de impor por lei, a perseguição e o castigo aos trabalhadores migrantes, que ali chegam expulsos pela fome e pelas guerras que os donos do mundo lhes impõem, em seus países de origem.

Desde o continente Americano, Julho de 2008

Atenciosamente,

ARGENTINA: Adolfo Pérez Esquivel, Premio Nobel de la Paz; Atilio Boron, escritor; Hebe Bonafini, madres de plaza de mayo; Osvaldo Bayer, escritor; Hermana Martha Pelloni, Derechos Humanos; Diana Maffía, filósofa feminista; Rally Barrionuevo, cantautor; Claudia Korol, periodista, Clacso. BOLIVIA: Eduardo Paz, professor universitario; Humberto Claure Quezada, Ingeniero, editor revista Pátria grande. BRASIL: Augusto Boal, teatrólogo; Afrânio Mendes Catani, professor USP; Candido Grzyboswki, sociólogo, IBASE e FSM; Chico Withaker, sociólogo, FSM; Emilia Vioti da Costa, historiadora; Elias de Sá Lima, engenheiro; Gaudêncio Frigotto, educador; Heloisa Fernandes, socióloga, ENFF; Jean Pierre Leroy, ambientalista, FASE; Jean Marc Von der Weid, economista agrícola, ASPTA; Joao Pedro Stedile, ativista social, MST; Mario Maestri, historiador, Pedro Casaldaliga, bispo, poeta; Renée France de Carvalho, militante internacionalista; Rita Laura Segato, antropóloga, UNB; Vânia Bambirra, economista; Vito Gianotti, jornalista. CANADÁ: Naomi Kleim, perodista, escritora, autora de "No Logo,"; Pat Mooney, pesquisadora de tecnologias; Michael A. Lebowitz, profesor, Simon Fraser University. CHILE: Cosme Caracciolo, Conf. Nac. de Pescadores Artesanales de Chile; Luis Conejeros, presidente del Colegio de Periodistas de Chile; Marco Enríquez-Ominami, diputado; Manuel Cabieses, director de la revista Punto Final; Marta Harnecker, sociologa, escritora; Manuel Holzapfel, periodista; Ernesto Carmona, consejero nacional del Colegio de Periodistas de Chile; Paul Walder, profesor universitario y periodista; Pedro Lemebel, escritor; Flora Martínez, enfermera; Alberto Espinoza, abogado; Tomas Hirsch, Vocero del Humanismo para Latinoamérica. CUBA: Aleida Guevarra, medica pediatra; Joel Suárez Rodes, Centro memorial Dr. Martin Luther King. ECUADOR: Alberto Acosta, economista, asambleísta constituyente; Carolina Portaluppi, escritora; Juan Meriguet Martínez, comunicado; Pavel Égüez, artista plástico; Hanne Holst, feminista; Luigi Stornaiolo, artista plástico; Osvaldo Leon, periodista, ALAI; Verónica León-Burch, videasta. ESTADOS UNIDOS: Saul Landau, cineasta; Norman Solomon, periodista; Susanna Hecht, profesora de UCLA; Richard Levins, profesor de Harvard; Noam Chomsky, profesor de MIT; Peter Rosset, investigador; Fernando Coronil, Historiador e antropologo, Universidad Nueva Cork; Mario Montalbetti, linguista e Poeta; John Vandermeer, profesor de la Universidad de Michigan. HAITI: Jean Casimir, antropologo, escritor; Camille Chammers, economista. MEXICO: Subcomandante Insurgente Marcos, ciudadano del mundo en Mexico; Ana Esther Cecena, economista, investigadora UNAM; Felipe Iñiguez Pérez; Maria De Jesús González Galaviz; Pablo Gonzalez Casanova, sociólogo; Luis Hernández Navarro, periodista de La Jornada; Beatriz Aurora, artista mexicana-chilena; Victor Quintana, diputado estatal y dirigente campesino; Raquel Sosa, escritora, professora da UNAM; Rodolfo Stavenhagen, relator da ONU para direitos indigenas; Silvia Ribeira, investigadora. NICARAGUA: Carlos Mejia Godoy, cantautor (compositor y cantor); Ernesto Cardenal, poeta, escritor e sacerdote; Gioconda Belli, poetisa e escritora; Luis Enrique Mejia Godoy, cantautor; Mónica Baltodano, diputada, ex-comandante sandinista; Dora Maria Tellez, ex-comandante sandinista; Sergio Ramirez Mercado, escritor. PARAGUAY: Fernando Lugo, obispo em licencia, Presidente electo de Paraguay; Marcial Gilberto Congon, pedagogo popular; Ricardo Canesse, ingeniero, parlamentar Parlasur. PERU: Aníbal Quijano, sociólogo, escritor; Carmen Pimentel, psicóloga, escritora; Carmen Lora, Universidad católica de Peru; Mirko Lauer, poeta, ensaysta; Rolando Ames, cientifico social, escritor. URUGUAI: Eduardo Galeano, escritor; Antonio Elias, economista, SEPLA. VENEZUELA: Maximilien Arvelaiz, diplomata.

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