sexta-feira, outubro 05, 2007

O Nº 5 da revista electrónica 'O Comuneiro' está em linha


Caros Amigos e Companheiros:

Está já disponível em linha o nº 5 da revista electrónica O Comuneiro: www.ocomuneiro.com. Completam-se assim dois anos e meio de publicação semestral deste periódico, dedicado à renovação do pensamento marxista e a contribuir desse modo, no modesto limite das nossas forças, para um dos desafios essenciais do nosso tempo: dar consistência estratégica e orgânica ao nascente movimento anti-capitalista contemporâneo.

Neste número de O Comuneiro temos a contribuição de um dos vultos cimeiros do pensamento socialista actual, István Mészáros. A única economia viável é um ensaio originalmente publicado na Monthly Review, no qual o pensador húngaro reflecte sobre a chamada crise ecológica contemporânea, atribuindo-a ao impacto catastrófico sobre a natureza do "modo de reprodução metabólica do capital". A tradução original de Jorge Figueiredo, do boletim resistir.info - companheiro de barricada que saudamos fraternalmente - foi ligeiramente revista por nós.

Temos o grato prazer em contar com a participação (que contamos renovar no futuro) do canadiano Michael Lebowitz, também ele um homem com um trajecto intelectual de grande relevo na restauração da integridade do pensamento de Karl Marx e na solidariedade militante com a revolução venezuelana, na qual ele vislumbra a possível alvorada de um "socialismo para o século XXI".

Daniel Bensaïd é um filósofo da cidade, sempre atento às movimentações nos etéreos terreiros da "kulturkampf", mas não menos vigilante no que diz respeito à poeira das oficinas, onde labutam os homens concretos que amassam com o seu suor a riqueza do presente e as possibilidades do futuro. No seu ensaio Trabalho forçado e por gosto são abordadas questões actuais de grande transcendência histórica, sobre o(s) destino(s) da civilização do trabalho, sempre com os olhos resolutamente fixos no "que fazer" concreto das lutas em desenvolvimento e em perspectiva. Michel Husson contribui para este número com algumas notas muito sintéticas de crítica às teses do "capitalismo cognitivo", um tema a que contamos voltar muito em breve.

Sérgio Lessa contribui para este número de O Comuneiro com uma reflexão sobre o carácter fundante e central do trabalho no mundo dos homens. Em Tecnociência, ecologia e capitalismo, Marcos Barbosa de Oliveira realça a mercantilização crescente de todo o complexo produtor da ciência e tecnologia nos dias de hoje, concluindo que os seus produtos não podem mais ser aceites como fruto indiscutível do "progresso", mas sim ser objecto de uma crítica radical e de uma luta constante. Ruy Braga contribui para este número com uma reflexão teórica muito importante sobre os desenvolvimentos contemporâneos da questão do trabalho e com um inquérito sociológico interessante sobre o "admirável mundo novo" dos tele-operadores.

Ivonaldo Leite reflecte sobre o momento político actual na América Latina e as oportunidades históricas que se lhe podem abrir para, no caminho da socialização e da integração regional, superar o longo ciclo da dependência. Alder Júlio Calado, num longo e sempre estimulante ensaio, rasga novos caminhos para uma sociabilidade alternativa e contestatária, que passam também, mas de modo algum se esgotam, na criação de um novo Instrumento Político para o projecto de emancipação popular. Ricardo Gebrim, reflectindo sobre o actual momento político brasileiro, conclui que a esquerda deve traçar novos rumos estratégicos que superem de vez o oportunismo eleitoralista em que se tem mantido tolhida.

A redacção de O Comuneiro agradece antecipadamente toda a divulgação que possa ser feita à revista e aos seus conteúdos, inclusive através do debate e do confronto de ideias. Mantém-se também aberta a propostas de colaboração e de partilha de esforços com outras organizações e iniciativas publicísticas (na internet e fora dela) que partilhem as suas convicções essenciais.

Pela Redacção

Ângelo Novo

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