quinta-feira, novembro 16, 2006

DECLARAÇÃO FINAL DO FÓRUM HUMANISTA EUROPEU

Car@s amig@s,

Transcrevo abaixo, para conhecimento geral, a declaração final do Fórum
Humanista Europeu, que teve lugar em Lisboa, nos passados dias 4 e 5 de
Novembro:

DECLARAÇÃO FINAL DO FÓRUM HUMANISTA EUROPEU
Lisboa, 4/5 de Novembro de 2006

A situação da Europa de hoje é um desastre:

1. Privatiza a saúde e a educação, convertendo os direitos de todos em
negócio para uns poucos.
2. Converteu a imigração numa nova forma de escravidão, instalando a
exclusão e a discriminação no seio da sociedade.
3. Converteu-se em cúmplice da loucura armamentista e da invasão criminosa de territórios, admitindo no seu interior o poder destrutivo nuclear que põe o mundo à beira da catástrofe.
4. Com o pretexto de proteger contra o terrorismo, instala mecanismos de
controlo progressivo que, em nome da segurança, matam a liberdade das pessoas.
5. Finalmente, esvaziou de conteúdo a democracia, submetendo as pessoas à
manipulação por parte dos poderes económicos crescentes e dos meios de comunicação ao seu serviço.

Há algum tempo atrás dissemos que se há apenas um modelo e este modelo não funciona, é necessária uma saída de emergência; e temos estado a construir a via humanista como saída. Hoje, é evidente para todos que este sistema neoliberal fracassou. Chegou o momento de dar-lhe o golpe de misericórdia e usar a saída de emergência.

Os primeiros passos devem ser:

1. Desmantelar os arsenais nucleares, como se propõe na campanha pelo desarmamento mundial lançada por Silo. Esta é a máxima urgência do momento actual.
2. Retirar de imediato todas as tropas europeias que estão a invadir ou a participar em invasões de territórios alheios.
3. Saída da OTAN por parte dos países europeus e encerramento das suas bases em território europeu.
4. Garantir saúde e educação gratuitas e de qualidade para todas as pessoas que vivem na Europa.
5. Derrogar as leis de imigração e fechar todos os centros de internamento.
6. Priorizar a cooperação internacional real, não submetida às leis de mercado.
7. Revogar a legislação antiterrorista.
8. Garantir o exercício da democracia real mediante leis de responsabilidade política, descentralização do poder e respeito pelas minorias.

A Europa tem no seu seio a maior concentração de diversidade do planeta. Todas as culturas do mundo convivem já no nosso solo. Todos os conflitos deste mundo expressam-se também entre nós. É o nosso maior problema, é o nosso maior desafio e, ao mesmo tempo, é também a nossa maior possibilidade de resolução e de contribuição para a construção da nação humana universal.

Toda a aproximação, toda a compreensão, toda a ponte entre culturas, entre gerações e entre crenças, faz parte desta nova construção que é não só necessária para a Europa como será também um contributo inspirador para outros lugares e povos que precisam de avançar em direcção à paz.

A Europa necessita de ultrapassar as leis do mercado para libertar o seu enorme caudal de conhecimento, de tecnologia e de recursos, e de pô-los ao serviço de todos os seres humanos e povos da nossa terra.

Existe um movimento social nascente que está a começar a tomar consciência de si mesmo. Este movimento rejeita a violência movido por um forte impulso moral. Este impulso moral tem raízes em profundos espaços comuns, propícios para o encontro espiritual dos povos.

Os governantes do nosso continente não podem imaginar um futuro distinto daquele que lhes permite a lei do mercado a que continuam acorrentados. Eles já não representam os povos da Europa. Os povos da Europa encontraram-se e expressaram-se nos múltiplos fóruns com a sua crescente diversidade, com as suas frentes de acção, com as suas campanhas e actividades que não só denunciam a imoralidade do modelo actual como também propõem esta Europa aberta ao futuro, diversa, acolhedora, não-violenta, solidária e inspiradora.

Os participantes do Fórum Humanista Europeu comprometemo-nos a impulsionar a mudança, convocando por todas as vias à participação e à construção desta nova Europa.

Giovanna Ubaldeshi


Um abraço,
Luís Filipe Guerra

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