sexta-feira, outubro 14, 2005

Harold Pinter

O dramaturgo inglês Harold Pinter acaba de receber o Prémio Nobel da Literatura. Como se sabe, as escolhas Nobel têm também um carácter inerentemente político: para além de premiarem o génio de cada premiado dentro da área respectiva, aproveitam para apontar os holofotes para determinadas partes do mundo ou causas.

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E esta escolha é fantástica, dado ser Harold Pinter um escritor politicamente muito activo e inconveniente, sobretudo em assuntos de guerra e terrorismo:

God Bless America

Here they go again
The Yanks in their armoured parade
Chanting their ballads of joy
As they gallop across the big world
Praising America's God
The gutters are clogged with the dead

Esta é poesia inspirada na História Mundial mais recente, que leva muitos a catalogar Harold Pinter como anti-americano primário. Mas o ódio de Pinter não se dirige a nenhuma nação em particular, antes a todas as que infringem os direitos humanos; o odio dele é contra... a Guerra:

There are no more words to be said
All we have left are the bombs
Which burst out of our head
All that is left are the bombs
Which suck out the last of our blood
All we have left are the bombs
Which polish the skulls of the dead

The Bombs

Harold Pinter não se tem coibido de falar contra a tortura, pelos direitos dos curdos, pelas injustiças da América do Sul, pelas atrocidades dos Balcãs, etc. Parabéns, Harold.

A sua peça mais recente, «Conferência de Imprensa e Outras Aldrabices», foi editada em 2005 pelos Artistas Unidos, que a apresentaram em Maio deste ano no Teatro D. Maria II, Lisboa. A editoria Relógio D'Água publicou em 2003 uma antologia com as peças mais importantes de Harold Pinter, a Quasi Editores publicou a «Guerra», também em 2003.
(Os portugueses sobre Pinter)

mpf

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