Nasci e cresci em Aveiro até me mudar para o Porto. Foi na Ria que aprendi a nadar, onde aprendi a pescar e, sobretudo, aprendi esta coisa estranha que é comoção perante a natureza. Para quem não é de cá, para quem nunca habitou as suas margens e desconhece o ritmo das marés e das aves migratórias, para quem nunca saboreou uns burriés ou umas amêijoas com uma cervejinha no Cais da Bruxa, para quem nunca mergulhou nas águas do esteiro do Jardim Oudinot, para quem não trata os barcos bacalhoeiros pelo seu nome próprio como se de uma pessoa se tratasse (o «Brites», o «St.ª Teresa», o «St.ª Mafalda»,...), para quem nunca sentiu com prazer a névoa que se levanta da Ria, para quem nunca atravessou em romaria a Ria para as bandas de S. Jacinto, para esses acredito que a Ria possa ser um braço do mar a ser conquistado. Para nós, não. Mesmo sabendo que não se é feliz duas vezes no mesmo sítio, gostaria de, pelo menos, dar a oportunidade aos que aí vêem de serem também eles felizes por aqui. David Afonso (leia o post completo no Dolo eventual)
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