sexta-feira, fevereiro 25, 2005

Quioto III

Tudo isto sublinha a urgência para que se repensem as respostas à questão do aquecimento global. Para que se o esforço funcione, é essencial que se reduzam as emissões de gás de estufa através do fortalecimento do Protocolo de Quioto, bem como no aumento na intensidade de outras medidas. Caso isso não aconteça, a força do aquecimento com o qual a humanidade terá que lidar no futuro será grande demais para que consigamos sobreviver. Enquanto isto, porém, é imperativo que nos preparemos contra as mudanças climáticas já em curso.

A necessidade de tal estratégia de prevenção e protecção vem ganhando a aceitação da maioria dos governos em todo o mundo. Na Grã-Bretanha, o Departamento do Meio Ambiente promete publicar a sua estratégia de adaptação ao aquecimento global até o final do ano. No mais recente encontro internacional sobre o aquecimento global, em Buenos Aires, em dezembro último, uma maioria de delegados apoiou o estabelecimento de um fundo de auxílio a países já vítimas dos efeitos do aquecimento global. Um dos candidatos mais próximos de obter tal ajuda é Tuvalu. Um atol no oceano Pacífico cujo ponto mais alto fica a pouco mais de três metros acima do nível do mar, Tuvalu foi, quase toda, submersa no ano passado por ondas gigantes de três metros de altura. Os EUA, porém, opuseram-se à assistência, argumentando que não há certeza sobre o que constituiria um nível perigoso de aquecimento....

A inominável morte e destruição trazida pelo Tsunami acontecida no Oceano Índico mostrou o que pode acontecer quando não se está preparado para o desastre. Mas não existe motivo para que o aquecimento global possa nos apanhar de surpresa. O mais maduro sistema de alarme de nossa civilização para o assunto (os cientistas PIMC) vem há anos nos dizendo que o perigo se aproxima. A questão é se agiremos rápida e decisivamente o suficiente para nos protegermos contra a tempestade vindoura. Ou se vamos simplesmente esperar e encarar nosso destino nus, orgulhosos e destemidos...

Outras Palavras (artigo completo) por Mark Hertsgaard

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