quarta-feira, novembro 10, 2004

Ecos do FSE I

Primeira constatação. Londres é realmente grande e não tendo sido possível concentrar o Forum num só local, perde-se imenso tempo em deslocações (acrescido de que o metro-tubo não ia até ao Alexandra Palace). Solução: decidir à partida o que queremos fazer. Tarefa nem sempre fácil, se tivermos em conta que, por exemplo, no Sábado dia 16 havia 32 páginas de programação, em formato de jornal, com uma média de 12 actividades por página para escolher, ou seja, à volta de 384 actividades, na sua maioria à mesma hora. É obra.
O Forum estava dividido por doze espaços (físicos), fora a programação em “Espaços Autónomos”, mas basicamente decorria em duas áreas: Alexandra Palace e diversos pólos da Universidade de Londres. No primeiro concentrava-se grande parte das conferências e plenários e, nos outros locais, sobretudo as oficinas.
Inscritos com antecedência (antes de 1 de Outubro) lá estavam a Associação de Municípios do Distrito de Setúbal, a Câmara Municipal de Setúbal e a CGTP. Mais tarde haveria de encontrar a ATTAC, o GAIA, a Pró-Urbe, o Bloco de Esquerda, SOS Racismo, e provavelmente outros que não conheço.

Chego ao Alexandra Palace e uma multidão já invadiu o espaço. Entro. Algo não bate certo: de um lado debatem-se questões ligadas à sociedade de consumo, ao gasto desmesurado e irreflectido dos recursos do planeta; do outro, é distribuído uma quantidade infindável de papel com divulgação e propaganda. Deixou-se de poder ver a cor do chão e ecopontos ou, pelo menos, papelões, nem vê-los. Aliás, caixotes de lixo é coisa que não abunda por Londres tendo em conta o actual medo de ataques terroristas. Alguns partidos e movimentos de esquerda mais esquerda (já tenho alguma dificuldade em perceber a diferença nos dias que correm) distribuem o “The Socialist” e o “Socialist Workers”. Não quero. Já tenho a mochila a abarrotar de papelada e a forma como me colocam o jornal à frente parece-me demasiado obrigacionista (não os empréstimos). Fazem-me má cara, do tipo, se não és a favor és contra. Já vejo a fogueira. Definitivamente algo não está bem.

Gonçalo (PédeXumbo)

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