Que partido, em França, pode hoje pretender reunir durante cinco dias cerca de 50 000 militantes, tão estudiosos como lúdicos, dispostos a participar em centenas de conferências ou oficinas de trabalho e num mesmo número de festas e espectáculos?
Que partido seria capaz de associar a esta manifestação uma plêiade de associações, de sindicatos, de colectivos, de redes, vindos não apenas dos quatro cantos da Europa, mas do mundo inteiro?
Nenhum, evidentemente.
É indesmentivel que, esgrimindo um idealismo conquistador, os altermondialistas criaram uma nova dinâmica política. Nestes tempos de depressão democratica, de abstenção eleitoral e de descrédito dos governos, eles voltaram a dar a muitos o desejo de mobilização e o gosto das utopias. Mudar a vida, mudar o mundo pareciam slogans poeirentos de um socialismo "requentado" ou de um esquerdismo fora do tempo.
Ei-los que conseguem encontrar o vigor e a perseverança bastantes para reagrupar militantes empedernidos ou neófitos. É uma boa coisa.
Le Monde, 2003
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