Sou professor há vinte anos, tenho uma licenciatura e um mestrado, daqui a três anos atinjo o topo da carreira docente e aufiro actualmente de um vencimento líquido de 1683 euros (nada mau, confessaria uma grossa percentagem de portugueses). Marta Guimarães, que "terá a seu cargo as questões de imagem" do primeiro-ministro, "receberá quase 3000 euros líquidos", de acordo com o vosso jornal. Depois digam que não percebem as razões das altas taxas de abstenção, dos baixos índices de produtividade e dos míseros níveis de motivação no trabalho. É difícil calar a indignação; é duro travar o descontentamento; é uma tarefa ciclópica manter a motivação perante a precariedade ética dos exemplos que nos chegam de cima.
João da Costa Magalhães, no Público
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