sexta-feira, maio 28, 2004

O futuro da guerra do Iraque...

As 5 mentiras de Bush, passo a passo

Passo Um: Entregar alguma coisa

Não se sabe o que os EUA planejam "entregar" no dia 30 de junho ao governo nomeado por eles para o Iraque. Mas certamente não é a soberania. O Iraque não será soberano enquanto 135 mil soldados norte-americanos, e dezenas de milhares enviados pelos demais integrantes da "coligação" permanecerem no país, sob comando do Pentágono e sem controlo efectivo do governo iraquiano.

Passo dois: Aperfeiçoar a segurança

Com ou sem aval da ONU, a presença militar maciça dos EUA jamais poderá "ajudar a assegurar a segurança" no Iraque. Ao contrário, ela é a principal causa de insegurança e violência, e o alvo de quase toda a violência da oposição.

Passo três: Reconstruir a infra-estrutura

Até agora, as alegações dos EUA sobre os supostos esforços de reconstrução foram mais retóricos do que reais. Não há sinais de mudança. Além disso, a preponderância de empresas privadas norte-americanas nos contratos de reconstrução significa que o processo será muito mais lento e custoso do que seria se fosse executado por iraquianos ou árabes. Os ataques contra a ocupação tornam a reconstrução mais difícil, e as novas ofensivas militares norte-americanas continuam a destruir, além da infra-estrutura do Iraque, residências e locais sagrados.

Passo quatro: Internacionalizar a guerra

O argumento de Bush, segundo o qual os EUA procuram ganhar "mais apoio internacional" é uma vergonha. A nova resolução proposta por Washington para o Conselho de Segurança da ONU é um roteiro para retocar a maquilhagem da operação - pede um cheque em branco das Nações Unidas para manter a ocupação executada pela Casa Branca. O governo norte-americano pode até ser capaz de chantagear ou corromper um número de governos suficiente para aprovar a resolução. Isso não significa que obterá legitimidade internacional.

Passo Cinco: Promover eleições

As "eleições nacionais" a que Bush se referem não ocorrerão antes do início de 2005. Nesse intervalo de tempo, o governo interino a quem se dará "autoridade" sobre o Iraque em 30 de junho não terá poder para aprovar ou rejeitar acções ou ofensivas militares dos EUA. Segundo as autoridades norte-americanas, também não terá poderes para rever as medidas de privatização e repressão adoptadas pelo pro-cônsul norte-americano, Paul Bremer no ano passado - nem autoridade para propor ou adoptar qualquer legislação relevante.

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