Quando Darwin apareceu com a ideia de Evolução (há mais de 100 anos), foi um autêntico Revolucionário. Parece que, tristemente, na Itália a Evolução volta a ser uma Revolução que deve ser suprimida. Talvez o governo português já se esteja a arrepender de ter estado afinal fora de moda neste 25...
Mas antes de continuar, uma Nota Técnica: Não existe de facto nenhuma “Teoria da Evolução”. Existe o “facto” Evolução, o qual é comprovado por milhares de fósseis e evidências várias (quer experimentais quer naturais), e existem teorias que tentam explicar essa Evolução, sendo a mais plausível a “Teoria da Selecção Natural” proposta por Darwin. Enquanto esta última pode ser questionada/melhorada, esconder o “facto” Evolução é como manter o Sol a girar à volta da Terra ou pretender que os bebés vêm com a cegonha.
E negar ou esconder a Evolução Natural – subentendendo aqui inclusos factos relativos ao aparecimento de vida na Terra, à evolução do ser humano, à sua relação com os outros animais, etc – aos jovens, como pretende o actual Governo Italiano, é sobretudo um retrocesso terrível no processo de ensino, nomeadamente no que toca ao estímulo da curiosidade científica, estímulo esse que não pode ser deixado para os últimos anos de formação escolar.
Esta é uma notícia preocupante que nos deveria interessar por dois motivos.
O primeiro, tem a ver com o próprio fenómeno: perceber porque razão acontece isto na Itália AGORA. É verdade que nalguns dos Estados Unidos da América há grupos que se opõem ferozmente à Teoria da Evolução que têm conseguido manter algumas escolas onde o Criacionismo é Lei. Mas isso passava-se do outro lado do Atlântico, num país enorme onde cabem maravilhas, mas também todas as aberrações. Mas agora estamos a falar de Itália, um país europeu e mediterrânico: o ser europeu significa que partilha connosco um passado histórico com milenia, o ser Mediterrânico significa que é fronteira entre essa Europa e o Norte de Africa islâmico, logo, o sítio menos adequado para cerrar fileiras à volta de dogmas profundamente enraizados na Igreja cristã (leia-se na sua pior manifestação, pois o próprio chefe da Igreja Católica já se pronunciou sobre a aceitação da Evolução como um facto). Sobretudo estamos a falar de um país onde as coisas não eram assim, onde este é, anacronicamente, um fenómeno novo.
O segundo aspecto remete-nos para a uniformização dos programas de ensino nos vários países europeus, processo já iniciado ao nível do formato, isto é, do número de anos necessários e suficientes para atingir cada grau de ensino. A prazo, terá que haver também uma uniformização dos próprios programas. Ora isso implica que, mesmo que esta estranha febre nos não atinja, estaremos sujeitos a uma imposição do exterior – e todos conhecemos aberrações que nos têm sido impostas, da proibição do uso da colher de pau na cozinha ao aluguer de livros nas bibliotecas. Isto significa também que já não nos serve o escudo de “país de brandos costumes”. Urge, portanto, que nos pronunciemos a tempo sobre o que se passa noutros cantos desta Aldeia Global.
mpf
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