No país das maravilhas, nenhuma mulher abortaria, a educação sexual seria uma realidade e o planeamento familiar eficaz a 100%. Em Portugal, milhares de mulheres abortam clandestinamente todos os anos, apesar da lei. É esta a verdade traduzida pelos mais de 11 000 casos anuais conhecidos de mulheres que têm complicações no aborto e depois vão parar aos hospitais.
No país das maravilhas, os católicos afirmam que há vida desde o momento da concepção e essa vida tem que ser respeitada. Em Portugal, onde existem abortos naturais como em qualquer outro país do mundo, desconheço casos de ritos fúnebres católicos para os fetos nados-mortos. O que é que uma mulher católica faz então quando tem um aborto natural? considera que o seu filho de semanas já tinha vida e por isso vai dedicar-lhe um funeral condigno? ou desembaraça-se sigilosamente do fruto de uma gravidez incompleta?
A distância entre os argumentos dos pró-vida e a realidade apreendida empiricamente é abissal.... e para o melhor e para o pior, vivemos em Portugal e não no País das maravilhas. E em Portugal, o aborto clandestino é um problema colossal que tem que ser resolvido rapidamente. É só isso.
Sem comentários:
Enviar um comentário