Mais de 2000 cientistas franceses demitiram-se ontem das suas responsabilidades administrativas como directores de laboratórios ou de equipas de investigação no sector público, em protesto contra a política
de reduções orçamentais na ciência adoptada pelo Governo. Reunidos em assembleia-geral na Câmara de Paris, os cientistas consideraram "insuficientes" as últimas propostas do Governo francês de uma linha de
crédito de três mil milhões de euros para o futuro, e executaram a ameaça de demissão colectiva que brandiam desde Janeiro.
Uma sondagem realizada pelo instituto CSA e publicada ontem pelo diário católico "La Croix", revela que o movimento dos cientistas é muito popular junto da opinião pública, recolhendo 82 por cento de opiniões favoráveis dos franceses. Esta popularidade deve-se à natureza clara das reivindicações: obter garantias de revalorização de um sector crucial para o futuro do país, e que entrou em declínio há vários anos.
Os cerca de 105 mil investigadores protestam contra a redução de financiamentos que chegam a atingir 85 por cento em certos laboratórios, condenando-os assim a fecharem. "Depois de dez anos de estudos superiores, em que só passam os melhores, isto é inadmissível. A fuga de cérebros é inevitável e é o futuro da ciência em França que está ameaçado".
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