Na indústria farmacêutica, a pesquisa de um novo medicamento pode ser direcionada muito mais pelo lucro que possa produzir que pelos resultados medicinais. Pesam, na pesquisa de algum produto, variantes como público-alvo ou a margem de retorno a investimentos em tecnologia. Por isso, algumas doenças parecem mais estimulantes à investigação científica que outras. Doenças tropicais, por exemplo, nunca parecem muito atraentes à pesquisa – sendo um problema típico de países pobres, seus possíveis beneficiários não seriam capazes de arcar como custo dos medicamentos eventualmente produzidos.
Outras patologias, porém, apesar de não serem tão comuns, apresentam uma margem de retorno um pouco mais animadora. Mesmo assim, o público alvo, às vezes, é bastante limitado. Afinal de contas, muitos males atingem grupos não tão grandes. E, quão menor o mercado, mais acirrada a disputa.
Para lidar com essa situação, a indústria farmacêutica desenvolveu um poderoso lobby que actua para aumentar esse público. Nos Estados Unidos, por exemplo, o diário The New York Times apontou para pressões um tanto suspeitas do lobby da indústria farmacêutica junto dos representantes do sistema público de saúde de vários estados. A investigação levada a cabo pelo diário alega que algumas companhias estariam pressionando o Estado, tentando que os seus novos medicamentos para o tratamento de esquizofrenia fossem adoptados como padrão pela saúde pública.
O mercado de remédios para males como a esquizofrenia, sabe-se, não é dos mais amplos. Os novos medicamentos, porém, apesar de mais modernos não apresentavam grande avanço terapêutico em relação aos já adoptados pelos sistemas de saúde estatais. Seu único (e duvidoso) diferencial estava no preço – estes novos medicamentes são bastante mais caros.
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