Por: Paulo Lima, Rits
A Organização Mundial do Comércio foi o centro do debate no Hall 5 do Fórum Social Mundial. Sua actual influência, a composição de forças que a mantém e as relações da entidade com a injustiça social e a globalização da miséria para os países em desenvolvimento motivaram um rico painel com olhares e pontos de vista de várias partes do mundo.
Participaram no painel, moderado pelo indiano S.P. Shukla, Walden Bello, da organização filipina Focus on the Global South; Vandana Shiva, da Índia; Paul Nicholson, da Via Campesina espanhola; Dot Keet, do Zimbábue; Rafael Freire Neto, da Central Única dos Trabalhadores do Brasil, e Anurhada Mittl, da norte-americana Food First.
Bello, professor de ciência política e especialista nas questões da OMC, avalia que, nove anos após a sua criação, a organização não atingiu as metas que motivaram sua formulação. Temos, então, uma situação de maior desigualdade e concentração de meios e recursos financeiros. Sua crise atual reflete uma crise maior do próprio processo de globalização.
Vandana Shiva, diretora da Research Foundation for Science, Technology and Ecology em Nova Délhi, denunciou as graves conseqüências dos acordos da OMC sobre os aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual relacionados com o Comércio (TRIPS, por sua sigla em inglês) para um país majoritariamente agrícola como a Índia. Com uma forte presença de multinacionais, a Índia, segundo Shiva, remete cerca de 35 bilhões de dólares por ano de lucro para os países desenvolvidos.
O representante da Via Campesina no painel ressaltou que o principal problema dos dias de hoje é que não estão sendo respeitados os direitos à terra, ao trabalho com a terra e ao alimento que dela provém. A fome e a miséria refletem a condução das negociações sobre a produção do campo e sobre a agricultura no seio da OMC.
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