Por: Mila Kahlon, para o Le Monde Diplomatique
Mumbai, a famosa Reay Road, ao longo das docas. Esta avenida, que tinha no início quatro pistas, para oferecer velocidade aos automóveis, está cercada por uma infinidade de slums (barracos) de vários andares. Seus habitantes - migrantes vindos do interior, na maioria - andam, conversam, dormem, descansam, trabalham, lavam-se e vêem seus filhos ensaiar os primeiros passos no asfalto. Reay Road tornou-se um lugar onde os automóveis e os seres humanos rivalizam. Uns e outros fazem da rua seu reino.
Sobre uma superfície de cerca de um quilômetro quadrado, parte dos moradores da favela construiu dois ou três (greniers) sobre suas cabeças, e os alugam aos novos pobres que chegam. Cada barraco abriga em média dez pessoas. Ninguém sabre quantos miseráveis vivem em Reay Road, mas a cifra aumenta a cada dia, como o caos.
E, na verdade, ninguém sabe quantos habitantes tem hoje Mumbai. Os recenseamentos oficiais falam em 12 milhões de pessoas (mais que a Grécia), dos quais a maioria é de sem-tetos. Mas em virtude do fluxo ininterrupto de migantes, da população favelada e de centenas de crianças não-declaradas que nascem tdos os dias, é possível que o número real esteja próximo de 16 milhões.
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