Questões principais da pesquisa
O objectivo da pesquisa do Fórum Social Mundial era determinar, em tempos de globalização, como as pessoas vêem o caminho para um mundo melhor. Deve-se dar prioridade ao crescimento económico e esperar que os problemas sociais se resolvam como consequência do crescimento? Ou lidar com as questões sociais primeiro, acreditando que assim as necessidades econômicas de cada um seriam mais efectivamente satisfeitas? A globalização da economia traz benefícios para todos, ou só para um selecto grupo de eleitos? E as pessoas, ainda acreditam ter o controle de suas próprias vidas? As pessoas reconheceram que forças externas poderosas controlam o futuro da maioria. Na Grã-Bretanha, 75% dos entrevistados têm essa preocupação. Já entre os americanos há uma significativa tendência a acreditar que as pessoas controlam seus próprios destinos.
Segundo a maior parte dos entrevistados, em 10 dos 15 países pesquisados a globalização concentra riquezas em vez de distribui-las entre ricos e pobres. As opiniões, entretanto, variam muito entre os países. Os alemães e os sul-coreanos tendem a crer que a globalização torna os ricos mais ricos e os pobres mais pobres. Por outro lado, americanos, mexicanos e os habitantes de Qatar, no Golfo Pérsico, tendem a ver a globalização como fonte de oportunidades para todos. Grandes países em desenvolvimento, tais como a Índia e a China, encontram-se praticamente divididos entre os que acreditam que a globalização irá beneficiar os mais pobres e os que não acreditam. No entanto, outros estudos conduzidos pela Environics mostram que os povos desses países são a favor da globalização.
Uma pequena maioria nos países pesquisados considera que a globalização é dirigida pelos interesses das empresas multinacionais. Aliás, os habitantes de países mais industrializados, os quais presumidamente estão mais expostos às grandes empresas, acham que as corporações estão por trás da agenda da globalização. Mais uma vez, os alemães e os sul-coreanos nomeadamente concordam com esse ponto de vista, enquanto os americanos encontram-se divididos sobre esse assunto. Curiosamente, os chineses são, de longe, os mais propensos a acreditar que a globalização é uma consequência natural do fenómeno da evolução da economia e são os que menos suspeitam dos interesses das companhias multinacionais. Já os indianos são mais incrédulos, pois seis em cada dez apontam para os interesses corporativistas.
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