sexta-feira, janeiro 16, 2004

Porto Alegre terá um novo FSM

por Renato Rovai

O grande tema desta quarta edição do Fórum Social Mundial é qual o papel que ele deve ter na disputa política global. Desde a segunda edição do evento, ou para ser mais preciso, desde o fim da primeira, alguns membros do Conselho Internacional, intelectuais e líderes de movimentos da sociedade civil vêm tratando a questão. Para eles, não bastava ao FSM ser um contraponto a Davos, na Suíça, onde se reúnem anualmente grandes capitalistas e chefes de Estado, mas ele precisaria ter propostas mais concretas a serem trabalhadas pelas organizações presentes.

É muito provável que aqui neste encontro da Índia a questão não seja resolvida. Mas tudo indica que já há um quase-consenso de que a fórmula bem sucedida dos três primeiros FSMs deve ser requalificada. O Fórum não pode continuar sendo apenas um espaço para trocas de idéias e experiências em nível global. Seu destino é se tornar um espaço aglutinador de lutas e campanhas de caráter universal. Aqui na Índia, deve-se caminhar nesse sentido. Na quinta edição, a ser realizada no ano que vem em Porto Alegre, esse caminho deve-se sedimentar. A próxima edição de Porto Alegre deve ser a de um novo Fórum.

Para que isso aconteça, algumas questões práticas a serem implementadas são decisivas. Em recente artigo o director do Le Monde Diplomatique, Bernard Cassen, sustenta que o FSM e os outros encontros continentais e regionais precisam ter uma memória organizada. A própria revista Fórum é uma tentativa de se promover esse tipo de registro. Mas é preciso muito mais. O FSM não produz nada sistematizado.

Leia a continuação de "Porto Alegre terá um novo FSM"

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