LUIS JAVIER GARRIDO
"Mumbai 2004 termina com uma lição para os organizadores do encontro, que deverão corrigir muitos dos seus esquemas se querem proseguir com esta iniciativa. A grande riqueza do Fórum é constituida pelas pessoas que participam nele, dando-lhe conteúdo e vitalidade; os cerca de 120 000 delegados, tiveram muito mais interesse que os conferencistas, pouco preparados para a ocasião, e que apenas confirmaram o que constitui o verdadeiro fórum: um encontro entre dirigentes sociais, representantes de ONG, líderes sindicais, agricultores e intelectuais."
"O 4º FSM doi mais uma manifestação de inconformismo das maiorias do planeta com as políticas económicas e sociais mundiais, (..) dando um claro não às políticas de força dos EUA para controlar os recursos estratégicos do planeta, mas um enorme sim à vida e aos direitos dos povos que acreditam que "outro mundo é possível", e que este pode ser construido entre todos, respeitando as respectivas diversidades, como são disso exemplo os "campesinos" de Chiapas."
Veja o artigo completo aqui (em castelhano)
Não podia estar mais de acordo com o Luis Garrido. O que nos chega normalmente do FSM são as entrevistas e as palavras dos "cromos", mas o FSM vale muito mais pelo encontro entre pessoas que antes não tinham oportunidade de se conhecer. Os cromos são a face mediática do FSM. Mas os frutos concretos do FSM são as redes formadas, as parcerias estabelecidas, a partilha de experiências. Foi pelo menos isso que aconteceu em Portugal: os cromos e as conferências já desapareceram da realidade e das memórias; as parecerias e as redes, essas continuam bem vivas e a trabalhar para que um outro mundo seja possível.
Pessoalmente, não tenho nada contra os cromos (quer dizer, mais ou menos); no entanto, irrita-me que os media só passem informação dessas fontes "previligiadas". O FSM é uma galáxia; os cromos são os buracos negros nessa galáxia que sorvem toda a atenção para o seu vórtex. Assim, a visão que os media têm dos FSM é necessariamente distorcida, já que da enorme galáxia, apenas descreve uns quantos buracos negros. Bem, não me saiu lá muito bem a parábola, mas vocês sabem do que é que estou a falar...
Sem comentários:
Enviar um comentário