No ano 2000, quando o empresário Oded Grajew e o professor Chico Withaker discutiam a ideia de criar um fórum internacional que se opusesse ao Fórum Económico de Davos, não esperavam colocá-la em prática senão dois ou três anos depois. Quem deu o grito para avançar foi Cândido Grzybowski, director-geral do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Económicas (Ibase). No entanto, foi Bernard Cassens, director do jornal francês Le Monde Diplomatique e da ONG Attac, que deu a sugestão de realizar esse encontro no Brasil.
O mais genial do FSM foi ter sido pensado como um encontro destinado a criar a sua própria agenda, construir o seu próprio campo, em termos de imaginário, ideias e propostas, em vez de ser dominado pela agenda dos outros. Com o apelo de “um outro mundo é possível”, começou a ser claro que esta ideia era viável, desde que se conseguisse juntar os que não se juntavam.
Antes, os movimentos reagiam aos eventos oficiais, de forma temática e segmentada: dívida externa, comércio, direitos humanos, meio ambiente, feminismo. O FSM veio proporcionar um espaço de convergência entre todos estes diferentes sectores (e muitos outros), que anteriormente, raramente se cruzavam.
Texto baseado nesta entrevista de Cândido Grzybowski.
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