Democratizar a globalização e globalizar a democracia
Por Erkki Tuomioja, ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia.
Ao mesmo tempo que a democracia se espalhou amplamente pelo mundo (como nunca antes na história da humanidade), o descontentamento com ela está crescendo. Milhões de pessoas sentem que são postas de lado na tomada de decisões e existe um crescente sentimento de que as forças e os acontecimentos que modelam as nossas vidas estão para lá do controlo democrático. O actual processo de globalização é incompleto, desigual e caracteriza-se por um déficit no exercício democrático do poder. Alguns países em desenvolvimento optaram pela integração na economia mundial através de estratégias industriais inspiradas nas histórias de sucesso do Leste da Ásia. No entanto, uma reprodução disto é impossível, ou, pelo menos muito difícil.
As estratégias baseadas no trabalho barato e nas zonas de livre comércio oferecem alguns postos de trabalho, mas não muitos mais (...).
Quando falamos da globalização da economia referimo-nos essencialmente à interação entre agentes económicos formais, como empresas, governos, instituições multilaterais, etc. Entretanto, a maioria das pessoas vive à margem desta economia formal. Em muitos países em desenvolvimento, o sector da economia formal constitui uma minúscula parte da sociedade, a maioria da qual foi deixada de fora do processo de globalização ou sofre apenas os seus efeitos negativos. A maior parte da população mundial carece da proteção da lei ou de providência social, que no essencial estão limitadas aos países industrializados. (...) Segundo a OIT, muito mais de 90% da força de trabalho agrícola do México e da Índia são informais. O melhor meio de combater a informalidade, a pobreza ou o trabalho infantil, é criar trabalho decente e projectar estratégias a favor do crescimento.
Este material foi produzido pela Inter Press Service e distribuído pela Agência Envolverde, tendo depois sido editado por Paulo Pereira. Leia o artigo original completo!
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