É claro que me alegro com a captura de Saddam; apesar de José Lamego afirmar que a euforia das ruas contrastar com a moderação da administração Americana, a verdade foi ligeiramente diferente. A comunicação sumária de Paul Bremer foi ligeiramente eufórica, com um misto de gritos de júbilo e lágrimas (de euforia?) a explodir depois do "Já o apanhamos". Fez-me lembrar o José Mourinho quando conquistou a taça UEFA......
Blair invocou as 400 000 vítimas de Saddam (nas sua maioria mortas quando Saddam ainda era apoiado pelos EUA e pela Inglaterra)....
Aznar falou de um regime que enganou sistematicamente as Nações Unidas (que apesar de ser verdade no passado, no caso do pretexto desta guerra, até ver, o homem não mentiu e não tinha armas nenhumas maléficas).
Berlusconi foi mais longe, e afirmou que Saddam é a arma de destruição maciça. Portanto, estamos já todos muito mais descansados, a coisa justificou-se, capturamos o homem, podemos ir todos às nossa vidinhas.
Ângelo correia manifesta a sua alegria de ver um ditador ser levado à justiça: que seja um exemplo para todos os ditadores deste mundo (não podia estar mais de acordo; aproveitem o embalo e julguem também o Pinochet: de certeza que é mais fácil encontrá-lo - o homem tem horror a buracos escuros e húmidos).
Apesar das demagogias, manipulações e branqueamento da história, a captura de Saddam é uma notícia excelente . O Homem merece ser julgado e condenado pelos crimes e atrocidades que cometeu. O ideal seria que apanhassem também o Bin Laden. É que o Bush precisa de inimigos como de pão para a boca: o desaparecimento dos seus inimigos deixaria de dar pretextos à administração Bush de andar pelo mundo aos tiros, como se estivessem ainda no velho Oeste.
O terrorismo e o belicismo Americano são as duas faces da mesma moeda; detesto em partes iguais um e outro. As duas bestas alimentam-se uma à outra, e no frenesim deste festim alarve, vitimam milhares de inocentes, arrasam países, destroem esperanças, desencadeiam ódios, vinganças e atropelos constantes aos direitos humanos. Eu continuo a acreditar que um outro mundo é possível!
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