A Oxfam culpa os países ricos pelos atrasos nas negociações da OMC
15 December 2003
A Oxfam criticou a Europa os Estados Unidos por causarem a estagnação das negociações da OMC (Organização Mundial de Comércio). Perez Castillo, o presidente da OMC anunciou há dois dias numa reunião em Genebra que não seria possível relançar as negociações antes de Fevereiro de 2004, dadas as desavenças existentes relativas ao algodão, à agricultura e aos chamados temas de Singapura.
“O anúncio de hoje apesar de não ser surpreendente, é um enorme desapontamento para milhões de pobres em todo o mundo que poderiam beneficiar de uma reforma do comércio mundial.” Disse Michael Bailey, da Oxfam. “Desde o colapso das negociações em Cancun, os países em desenvolvimento demonstraram a sua vontade em voltar à mesa das negociações. É a teimosia dos países ricos que impede a retoma do diálogo.(...)”. Castillo (OMC) deixou entretanto algumas pistas para a retoma das negociações:
1 – Algodão: o presidente da OMC disse que “as negociações multilaterais necessitam de tempo”, mas para os 10 milhões de agricultores africanos dependentes do algodão, cujas vidas estão a ser destruídas pelos subsídios dos EUA, o tempo está a esgotar-se rapidamente.
2 – Agricultura: Castillo (OMC) pediu aos membros da OMC para “eliminar todas as formas de apoios à exportação” (que causa o “dumping” das exportações), afirmando que este é um tema chave para o sucesso das negociações. Pediu que fosse fixada uma data para fasear o fim destes subsídios. Com ¾ dos pobres do mundo a depender da agricultura, essa reforma levada a cabo pela Europa e pelos Estados Unidos é essencial para a redução da pobreza mundial.
3 – Temas de Singapura: dia 15, 44 países em vias de desenvolvimento, representando mais de metade da população mundial reiterou a sua oposição à negociação dos temas de Singapura. A insistência da Europa nos temas de Singapura levou ao falhanço de Cancun e está a ter o mesmo efeito em Genebra.
Michael Bailey: “É absurdo que uma mão cheia de produtores e a agro-industria nos países ricos possa ter as negociações da OMC como refém. A Europa e os Estados Unidos têm que ver um pouco mais longe que os seus interesses comerciais a curto prazo e reconhecer que o crescimento nos países em desenvolvimento é essencial para as prosperidade e segurança de todo o mundo”
Traduzido da página do comércio justo
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