terça-feira, novembro 11, 2003

A propósito do Estado Falhado

João Loureiro, Jónatas Machado, António Vieira Cura e Fernando Pinto Bronze sãoo os quatro docentes que na sexta-feira passada moveram queixas-crime contra o presidente da Associação Académica de Coimbra, Victor Hugo Salgado - e estudantes incertos.

Jónatas Machado, professor de Direito Administrativo e Direito Fiscal, disse ao jornal "Público", que a participação foi feita "em nome do Estado de Direito democrático". "Não quero viver num Estado falhado", foram as suas palavras.

Surpreendente?

Nem por isso. Toda a gente sabe que existem leis, e que os adovogados são especialistas em saber como usa-las.
Resta saber se o dinamismo dos estudantes não é um sintoma desse estado falhado, onde Jónatas Machado não quer viver (mas não tem outro remédio).


Surpreendentes são as estatisticas da OCDE.

"Deflation may be a subject of intense conversation among many economists and
policymakers. Yet, although OECD inflation was a modest 2.7% in the year to
December 2002, five OECD countries: Mexico, Ireland, Hungary, Portugal and
Spain“ recorded inflation above 4%.
Canada's consumer prices rose by just less
than this rate (3.9%). In all cases, with the exception of Hungary, inflation was
higher than a year earlier. Still, inflation stood above the OECD average in just two
other G7 countries, but well below it in Germany (1.2%) and Japan (-0.3%).
Consumer prices rose by 2.3% in the United States, and by less than 2% in Austria,
Belgium, Finland and Iceland. This latter outcome contrasts with 2001 when
Icelands average inflation stood at over 6%." - podem fazer download do relatório da OCDE em .pdf aqui

Por outras palavras, a introdução do Euro parece ter tido consequências surpreendentes. Os rios de dinheiro que foram gastos para explicar que em euros ou em escudos os preços eram os mesmos....

Mas pronto... sem educação não se atinge a globalidade da coisa, e as consequências estão à  vista.

E de que servem politicas que diminuem a capacidade de compra dos portugueses, se eu pagava a bica a 75 escudos (17% para o estado) e agora a pago a 75 centimos (17% para o estado). Com este aumento de 100% das receitas do estado, quase me surpreende que ainda se pretenda aumentar impostos. (Já repararam que os arrumadores quando bebem a bica também pagam impostos?)

Mas eu continuo a beber a bica, claro. Eu e os outros.

Já quase vejo o proximo cartaz da CML: já reparou no que temos gasto em publicidade? Lisboa está mais cara.

O que ninguém parece querer ver, é que o estado falhado, falha, exactamente porque não há educação para todos. E a que há, deuses me perdoem...

Não admira que o advento da globalização se dê também nesta área. Pena que apenas alguns tenham dinheiro para pôr os filhos a estudar lá fora.

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