quinta-feira, novembro 27, 2003

O desinvestimento na Ciência

O Conselho dos Laboratórios Associados divulgou recentemente um conjunto de dados relativos à sua apreciação sobre o) Orçamento do Estado (OE) para a ciência 2004.
O corte na ciência do OE para 2004 relativamente ao ano anterior (que já não foi famoso) foi de 19% a 34%, dependendo do que é que consideramos (PIDDAC – 27%, verbas para a FCT – 19%, verbas para projectos de investigação – 34%) (tirado daqui).

Se calhar estamos com a investigação de boa saúde e este desinvestimento corresponde a uma atitude reflectida e pensada por parte do Governo; mas este outro estudo, diz-nos que a produção científica Portuguesa nos deixa fora das 33 regiões de topo na Europa;
O nosso país não colocou nenhuma região entre as 33 principais regiões metropolitanas europeias com mais de 8500 artigos científicos referidos pelo Science Citation Index no período de 1994 a 1996.
A análise realizada por Christian Wichmann Matthiessen, do Instituto de Geografia de Copenhaga, colocava nos lugares cimeiros seis regiões do Reino Unido (com Londres à cabeça, bem destacado no 1º lugar europeu), a região de Paris, Moscovo, quatro cidades holandesas, a região transfronteiriça sueco-dinamarquesa de Oresund (Copenhaga-Malmo-Lund), Estocolmo-Upsala (região a norte da capital sueca), cinco regiões alemãs, o eixo italiano Milão-Roma, Madrid e o eixo suíço Genebra-Lausana.


A constatação imediata é que a investigação é a última das prioridades deste Governo; ele é mais estádios, TGV’s, aeroportos e submarinos. Curiosamente, os nossos “parceiros” na guerra, são os campeões do Mundo na Investigação. Será que não poderíamos ser também parceiros na I&D? Será que este Governo ainda não entendeu que a Investigação não é uma mariquice intelectualóide, mas um factor inquestionável de desenvolvimento?

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