quarta-feira, novembro 05, 2003

Inteligência emocional - 2ª parte

Numa altura em que o capital humano deixou de ter relevância, em que a frieza dos sentimentos impera, importa trabalhar para o estudo sério e para a valorização, divulgação e consciencialização da inteligência emocional. O Papa João Paulo II tem feito esforços válidos nesse sentido. Inquietamo-nos com a ileteracia intelectual e há, aqui e além, uma ou outra alma generosa que tenta combater essa “praga” com todas as forças, mas não prestamos qualquer atenção à ileteracia emocional. O que não deixa de ser estranho, num mundo em que a habilidade de lidar com outras pessoas, individualmente ou em grupo, adquire cada vez maior importância. Talvez não seja por acaso que as mulheres representem o maior número de interessados no conhecimento desta ciência... Ainda não se conhece a razão exacta do fenómeno, mas a famosa intuição feminina e a facilidade em exteriorizar as emoções e sentimentos podem ser factores relevantes.

Está provado que as pessoas com alto coeficiente de inteligência emocional são exímias no manejo de situações conflituosas. A necessidade de compreender e adaptar-se aos outros requer esta capacidade. Apesar disso, a inteligência emocional nada pesa nos critérios de recrutamento de chefes. A verdade é que nem se pensa nesta matéria. E só o Diabo sabe porque não faz parte do curso de professor...

PS. Gostaria que alguém me explicasse como se avalia a competência social e o grau de inteligência emocional de todos esses “meninos” e “meninas” estudantes que acabaram os cursos sem o mínimo conhecimento do que é um local de trabalho, sem saberem quanto custa ganhar o pão, porque os “papás” e as “mamães”, crendo ou fingindo ajudá-los, entendiam ser “feio”, “plebeu” e de “mau tom” trabalhar nas férias, e sem talvez nunca terem sido confrontados com situações de agudo e real sofrimento humano? (Caso muito comum nas Ilhas Adjacentes, sobretudo na Madeira.) E pensar que muitos deles, em especial aqueles cujos progenitores e/ou familiares pertencem ao partido “certo”, vão ocupar postos de chefia logo a seguir ao curso! Quem terá coragem suficiente para dizer “Mea culpa”?

Asdrúbal Vieira

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