terça-feira, novembro 04, 2003

DIREITOS LGBT EM ESPANHA

UMA LUTA SOCIAL E POLITICAMENTE APOIADA

Em Espanha, (como em muitos outros paises europeus, e da América Latina-Brasil, Venezuela, por ex. http://www. geocities. com/revoluciongay), a luta pelos Direitos Humanos dos glbt trava-se com a o apoio assumido dos Partidos do arco constitucional, das Centrais sindicais, de orgãos de informação de referencia, e até regionais, El Pais e el Mundo, e das ONG´s, do movimento social, independentemente das posturas diversas que têm relativamente a cada um dos temas. Todos vão fazendo o "relais" das reivindicações dos vários colectivos espanhóis, regionais ou nacionais, dando-lhes força e credibilidade, ainda que nem todos tenham a mesma linha politico ideológica.
Entre nós existe uma total falta de articulação entre Partidos (nunca sabemos o que vão fazer, salvo pelos jornais, e recusam discutir connosco uma agenda mínima), Movimentos, Sindicatos, ONG`s, Mass-Medias, que aliás nos têm apoiado bastante, mas de forma aleatória.

Nos casos aqui relatados, em que três casais, em diferentes Estados de Espanha, se apresentaram, no mesmo dia, numa acção conjunta e conjugada politicamente, perante o registo civil para se casarem legalmente,
tinham sempre ao seu lado representantes de dois partidos importantes da oposição, PSOE e IU, como demonstração do apoio público que merecem a essas formações politicas as suas reivindicações.
Em Espanha, o Partido de Aznar, PP, que tem agora à frente um novo líder referenciado publicamente como gay, mas não assumido, tal como cá a coligação PSD-PP, opõem-se a qualquer reconhecimento dos direitos dos glbt, e pretendem ambos mantê-los na invisibilidade, contra a qual todos lutamos, e na guetização, uma linha da politica preconizada por Bush, e pela sua Administração, apoiada pela direita religiosa fundamentalista.
Serve esta noticia para (mal) comparar com o caso Português, onde nem relativamente às Uniões de Facto, para heteros e homos, já aprovadas, se constata qualquer movimentação/divulgação, sequer para demonstrar a sua utilidade social, devido ao preconceito, ao receio, por abrangerem os gays e lésbicas. Há muito que falamos na necessidade do seu registo, para serem eficazes, perante o silêncio de todos.
Esperemos entretanto, agora, que comecem a ser defendidas nas empresas, na Contratação Colectiva, que vai começar a ser discutida em breve, até como forma de estabilização social, pois são muitas as pessoas que
escolheram esta forma de conjugalidade, e precisam de ver os seus direitos sociais-laborais reconhecidos.

António Serzedelo

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