"Existe um acordo entre o Mercosul (Mercado Comum do Sul, integrado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e Estados Unidos sobre uma Alca flexível, que não imponha aos 34 países as mesmas obrigações", afirmou o negociador comercial brasileiro Luiz Filipe de Macedo Soares.
Por sua vez, Washington já está negociando um acordo de livre comércio com cinco países da América Central e anunciou que deseja incorporar também a República Dominicana, Peru, Colômbia e, possivelmente, Bolívia, Equador e Panamá, que também começarão negociações comerciais bilaterais com os Estados Unidos.
Os pactos bilaterais e multilaterais no continente americano surgiram como uma estratégia de Washington para vencer a resistência a Alca demonstrada pelo Brasil, a maior economia da América Latina.
No entanto, esses tratados terminaram por serem incorporados a proposta brasileira de negociar um Alca básico, "light" ou "a la carte", que se adapte às pretensões e limitações de cada país.
Organizações não governamentais e outros países latino-americanos, como a Venezuela, sustentam que o acordo, mesmo em sua forma "light", beneficiará apenas as grandes empresas estadunidenses e conformará a hegemonia de Washington no continente americano.
Além disso, afirmam que causará mais desemprego e debilitará as normas ambientais e trabalhistas, habilitando as empresas a pressionar os governos para que estes revoguem leis nacionais.
Organizações empresariais estadunidenses reunidas em Miami para o Fórum Empresarial das Américas também demonstraram sua preocupação diante da proposta, mas por razões diferentes das da sociedade civil.
"Alguns governos propuseram encerrar vários dos nove grupos de negociação da Alca. Isto seria uma perda de oportunidades comerciais de proporções trágicas", declarou Larry A. Liebenow, presidente da Câmara Estadunidense de Comércio, em um almoço empresarial.
Outros países americanos, como Canadá, México e Chile (que já possuem seus próprios acordos comerciais com os Estados Unidos), rejeitam a nova proposta, com o argumento de que a Alca deveria beneficiar todas as nações por igual e não se transformar em um mosaico de acordos.
Funcionários brasileiros declararam à imprensa na segunda-feira que os ministros do Comércio dos 34 países da Alca (todos da América, exceto Cuba) estão de acordo sobre "dois terços" da declaração que os ministros devem aprovar antes do fim de semana.
(Copy past daqui)
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