quarta-feira, outubro 01, 2003

Nota de Emprego III

De certeza que agora é que vai ser; O Fabrico do Sabão.

Primeira pista – Não se esqueça: para o fabrico de 100 quilos de sabão iremos precisar de uma caldeira com capacidade para 300 litros!

O sabão resulta de uma reacção química chamada saponificação, em que se faz reagir uma gordura com soda cáustica.

Sabão offenbach de 1ª

Óleo palmiste – 40 quilos
Sebo – 16 quilos
Óleo de purgueira – 10 quilos
Óleo de ricínio – 4 quilos.
Óleo de palma –Quilo e meio.
Soda cáustica a 30º - 60 quilos.
Soda solvay a 25º - 10 quilos.
Carbonato de soda – 10 quilos.

Para cor azul junta-se o azul ultramar (65 g) e para cor de rosa almagre (200 g).

Fabrico – Deitam-se primeiramente na caldeira, todas as gorduras, acende-se o fogo e fazem-se derreter. Logo que ferva e comece a subir, apaga-se o fogo e deita-se na caldeira a água, a soda Solvay e a Soda cáustica; bate-se tudo muito bem com um ou dois rodos até obter a ligação absoluta das lixívias com as gorduras. Voltar a aquecer e juntar a tinta para dar cor. Quando a massa adquira a consistência desejada, adicionar pouco a pouco o carbonato de soda. Deixe-se a ferver, até a massa não apresentar espuma e comece a abrir, ou seja “rachar a massa” na linguagem do saboeiro. Neste ponto, retire a massa da caldeira para moldes de madeira, nunca deixando de mexer a massa que vai ficando na caldeira. Quanto mais lento for o arrefecimento no molde, mais bonito fica o sabão.

Eu imagino que o sabão assim produzido seja o nosso sabão azul e branco. Com um design à maneira, em embalagens artesanais finamente decoradas e com uma mensagem ecológica, tenho a certeza que o sabão azul e branco se volta a vender que nem ginjas. Se bem se lembram, aquilo vinha numas barras enormes e era vendido ao quilo....saiamos da mercearia com uma barra de sabão inestética embrulhada num jornal (tipo o tratamento que dão à baguete em França). Hoje em dia já nada se vende ao quilo. Por isso, o problema não está no produto mas na maneira de impingi-lo. Se a reconversão funcionar, tou mesmo a ver os cabeçalhos:
"PP, rei do sabão azul e branco"; "sabão azul e branco chega ao concelho da europa"; "sabão azul e branco vendido ao exército dos EUA para ser integrado num kit de sobrevivência e higiene pessoal"; "sabão azul e branco é principal exportação de Portugal". Claro que lá para fora temos que mudar o nome, tipo "B & W soap - a tradição já não é o que era".
Entretanto vou ver se compro uma vasilha de 300 litros e tentar saber se ainda vendem soda caústica aos quilos; o mais certo é ir preso por tentar produzir armas de destruição maciça.

PP

2 comentários:

Anónimo disse...

Ainda queres produzir sabão?
Fala comigo, na sequência de um trabalho académico para Gestão do Design tive umas ideias engraçadas que gostava de partilhar contigo.
mir_lili@hotmail.com

Joana disse...

Olá!
Fiquei bastante interessada na receita que propões aqui. Por acaso estou neste momento a realizar um trabalho sobre o sabão azul e branco, produção e sua origem. Por acaso posso saber qual foi a referência que usaste para esta receita?
Se souberes mais alguma coisa sobre este sabão português agradecia muito.
juanitadomingues@gmail.com