quarta-feira, setembro 17, 2003

Nota botânica XI - Zimbro


Juniperus communis ssp nana

Arbusto perene da família das Cupressáceas, cuja forma anã presente na Estrela e no Gerês não ultrapassa 1m de altura (ao contrário da sua congénere que chega aos 7 m. Muitos ramos de cor castanha avermelhada. Folhas bicudas, com um elegante traço branco na parte de traz (acho eu) a separar os dois lados da folha. Fruto em forma de gálbulo azul escuro quando maduro (quando verde, está verde). Cresce nas zonas altas da Serra da Estrela e do Gerês.

A utilização mais interessante é a colheita de bagas para fazer a aguardente de zimbro, que ganha um tom amarelado. Lembro-me do meu Pai, ao descobrir que a aguardente amarela da Serra da Estrela ganhava a sua cor das bagas do zimbro, ter passado a respeitar muito mais aquele arbusto espinhoso. Claro que beber uma bela duma aguardente junto aos ditos arbustos, normalmente presentes em paisagens de tirar o fôlego ao mais empedernido urbano depressivo (vales glaciares, trutas a saltar, rochas de 300 metros de altura, escarpas sombrias, carvalhos empoleirados, pássaros por todo lado, flores silvestres, etc.), numa bela manhã primaveril gelada, é uma experiência mística que aconselho a todos os que queiram mudar o mundo. É que apesar de o pensamento main stream e todo o conhecimento científico dizer que o álcool não aquece, a sensação de calor (talvez apenas presente nas minhas sinapses nervosas) provocada pela ingestão da dita aguardente, com uma temperatura ambiente de 0º C, é extremamente reconfortante. Pronto, é apenas uma ilusão, mas não deixa de ser uma ilusão agradável quando estamos a tiritar de frio, no meio de rochas e de mato, a pensar que as mãos e o nariz vão cair a qualquer momento.


'tão a ver em como tenho razão?

Utilização subversiva – Quando decidirmos passar à clandestinidade, que o façamos na Serra da Estrela ou no Gerês, por razões óbvias..... Já sei que o BE e o PCP vão ser do contra (tem que ser em Lisboa ou em Almada, já sei), mas espero convencer uns quantos com estes argumentos de peso. Tudo pela descentralização!

PP

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