Ulisses, Ulisses...
Com que então,
"No Fórum Social Português "Uns Eram Controlados pelo PCP e Os Outros pelo Bloco..."
Também considero profundamente irritante esta insistência em ignorar (insultar?) os muitos participantes do FSP que são claramente independentes de estruturas partidárias e do perigoso BSS. No caso do Ulisses, que esteve de facto envolvido (positivamente, a meu ver) em todo o processo de construção do I FSP e que, portanto, conheceu muitos de nós de perto, considero de extrema má fé que continue a fazer afirmações deste teor. Felizmente é na mesma peça que o Ulisses se descai com esta fantástica e condescendente afirmação (relativamente à participação das associações ambientalistas):
“Talvez possamos entender que havia um grupo mais PCP, um grupo mais BE e um terceiro grupo mais ecologista.”
Ah, bom... então sempre há uns que se safam... Imagino que o problema, para o Ulisses, sejam aqueles que ele não sabe catalogar. Problema grave devem colocar, por exemplo, jogadores de bisca (duma qualquer associação de bairro) que não são ecologistas e que não votam porque estão fartos e acham que é tudo igual. Também eles desconhecem o Ulisses e recusam conhece-lo porque acham que sindicatos e partidos e políticos é tudo uma mesma coisa que não entendem, receiam, desprezam. O Ulisses tão pouco os entende, e finge que não existem. O FSP representa a grande oportunidade de estilhaçarmos todos os nossos preconceitos, mas é preciso dar-lhe tempo.
Quanto ao PUBLICO, parece não ter mais nada que fazer que apurar quantos metros separavam os manifestantes. Um desfile, de manifestantes ou de marchas populares, implica a existência de pivots, eleitos ou espontâneos, que façam andar ou parar a marcha – ora esta situação é mais que permeável a manipulações: sabendo todo o mundo que os partidos disputavam o protagonismo entre si, facilmente se adivinhava que alguém boicotaria a coisa (nem me interessa saber quem, se querem saber, de certo todas as facções tentaram o seu melhor!). O surpreendente é que a Comunicação Social alinhe tão facilmente nestes pseudo-protagonismos bacocos, continuando a falar “na divisão dos manifestantes” como “o acontecimento” em si. A mesma coisa relativamente à Assembleia final: como se pode dar tanta importância à resposta a uma pergunta que obviamente não podia ter sido colocada? Refiro-me à existência dum segundo FSP: como poderiam quaisquer organizações proibir quaisquer outras (que podem nem ter estado presentes) de organizar um evento a que venham a chamar FSP II?? Porque é que é tão difícil aceitar que não é possível controlar (não, os partidos decididamente perderam!) um espaço que NÃO QUER ser/obedecer a agendas partidárias? É como pretender reter num frasco uma brisa que se receia se vá transformar em furacão...
mpf
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