As minorias e as democracias
Neste discurso todo da legitimidade da democracia, é curioso que JMF defenda num dia as maiorias como pilar da democracia e no dia seguinte defenda as minorias estudantis no Irão. Não defendo o regime Iraniano, e se lá vivesse, estaria de certeza ao lado das minorias estudantis. O que quero dizer é que para JMF ele há minorias boas e más; e no reverso da medalha, ele há maiorias boas e más. Curiosamente essa foi a posição dos USA ao longo da história: acharam que a maioria de Salvador Allende era má (tipo "the evil ones" do Bush), e então, toca de substituí-la pelo camarada Pinochet, que até é amigo da malta. Depois ele há os mujahedin bons, quando andam à porrada aos russos, mas de repente, passam para lado dos mausões, e então toca de pô-los na ordem. Só espero que quando os estudantes cá do burgo e os licenciados desempregados vierem reclamar para a rua, o JMF os trate nas palminhas como aos estudantes iranianos. Mais curioso ainda é o facto dos movimentos estudantis no Irão (a serem autênticos e não fomentados pela CIA como dizem as más línguas) enquadra-se perfeitamente na chamada "democracia participativa". Então à 2ª feira a democracia participativa é má como às cobras e depois na 4ª já sopram ventos de liberdade graças a ela? Como é que é? nós cá não estamos de acordo com a guerra e estamos a pôr em causa a democracia representativa e eles lá não estão de acordo com os Mullhah das não sei quantas e são os paladinos da liberdade? tá mal, camarada JMF, tá mal. Já agora, o JMF diz que nos conhece (a nós, movimentos sociais) de "perto e por dentro". De perto tenho a certeza que não e por dentro... cruzes credo canhoto. Se calhar o JMF faz parte do famigerado movimento social do Bifidus activo de que falava o Gato Fedorento e hoje de manhã, inadvertidamente, traguei o JMF juntamente com os outros milhões de agentes bacterianos (muito provavelmente de células partidárias) que constituíam aquele aparentemente inocente Iogurte. 'pera aí, já sei! o JMF entendeu o Bifidus passivo (que ainda não está provado que exista, mas pronto) como "máscaras que escondem células partidárias", e daí a sua referência no seu editorial. Mais um avanço inegável no desvendar dos mistérios do Universo. Lá está, o Bifidus passivo não são mais que células partidárias encapotadas, e daí a dificuldade em provar a sua existência. A questão que ainda fica por responder é como é que o sacana saiu? sim, porque um movimento que é movimento nunca está parado; principalmente no meu ventre (não desejo isso ao meu pior inimigo, e muito menos ao JMF que até é Biólogo). Mas lá que saiu, saiu; a prová-lo está o editorial de 4ª feira. E talvez esta singela análise explique a transformação da personalidade de JMF de 2ª para 4ª. É que conhecer por dentro tantos movimentos deve transtornar o equilíbrio de uma pessoa, mesmo de uma pessoa como o JMF!
Num post próximo irei falar da inadmissível exclusão de numerosos movimentos da sua curta lista negra. Os "amantes de avezinhas" estavam lá, é verdade, mas já foram todos presos por abuso de menores... se ainda fossem avezonas ou avestruzes, ainda passavam por zoófilos. Agora avezinhas....Fosga-se, somos mesmo beras, e ainda por cima perigosos. Quero também acrescentar desde já o meu mais veemente repúdio pela inclusão desse grande Movimento social dos telespectadores na sua lista....é que ao menos poderia ter lido o que escrevem no "seu" jornal. Então não sabe que nós somos completamente minoritários? se entrasse o Movimento dos telespectadores no FSP amanhã estavamos a formar governo; era limpinho. E nem precisávamos do José Lello ou do PS para isso. Bastava ter como principal cavalo de batalha proporcionar a todos os portugueses um aparecimento, ainda que fugaz, numa novela do seu agrado ou no telejornal (que connosco duraria pelo menos 2h 30 ). Adiante, voltando ao que interessa.
Daqui dum subúrbio de Évora vai toda a minha solidariedade para com os movimentos sociais estudantis do Irão (viva a democracia participativa); afinal, também não gostaria que o prior lá da santa terrinha não me deixasse andar de calções nos dias escaldantes de Verão e que obrigasse as garinas todas da minha juventude a cobrir-se da cabeça aos pés. Apesar do senhor prior ser um exemplar genuíno do caciquismo local, pelo menos não estava à frente dos destinos do país. Do mal o menos.
Para rematar (lembrando esse ser infalível que já está no nosso imaginário popular) deixa-nos trabalhar, JMF; ou melhor, deixa-nos participar!
PS - só a meio é que percebi que não foi no dia seguinte que o JMF se contradisse, dando mostras de uma dupla personalidade galopante. A malta está desempregada e não há guito para o jornal dia sim dia sim....é só quando calha. Daí o lamentável erro.
Notas botânicas II - a botânica como arma de aviso para aqueles que nos querem esmagar
Eryngium maritimum - Cardo da praia ou cardo rolador. Espécie da família das Umbelíferas (não se deixem enganar, porque à primeira vista parece uma Composta, como os vulgares cardos) com uma curiosa estratégia de dispersão: na altura de espalhar a descendência, o cardo deixa-se rebolar pelas dunas a espalhar futuros cardinhos por esses areais a fora. Não se extrai nada de jeito do dito cardo, mas muito boa gente já picou os pezinhos nos restos dos progenitores, que pululam por essas dunas fora. Por isso, este Verão, já sabem: cuidado com o cardo rolador; ele é como nós, extremamente perigoso, principalmente quando o calcam.
PP
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