segunda-feira, setembro 13, 2004

Justiça no Comércio Mundial

Os 49 países menos desenvolvidos do mundo são responsáveis por menos de meio por cento (0,40%) do comércio mundial.

Das patentes mundiais registradas nos últimos 20 anos, 98% estão nas mãos de Estados Unidos, Canadá, União Européia e Japão.

Os países desenvolvidos gastam mais de 330 mil milhões de dólares por ano em medidas de apoio a seus produtores agrícolas. Isso equivale a duas vezes o valor das exportações agrícolas de todos os países em desenvolvimento.

As desigualdades no acesso á tecnologia e outros problemas de mercado fazem com que os produtos tradicionais dos países em desenvolvimento tenham um valor muito inferior aos que são produzidos pelos países ricos. Para pagar apenas um tomógrafo computadorizado, produzido em países ricos, é necessário exportar 30 “navios de soja”!

A importância do comércio internacional pode ser vista por suas implicações na vida cotidiana: afecta o preço dos alimentos, influencia a disponibilidade de empregos e tem impacto sobre os orçamentos governamentais. Essa importância é crescente: nos últimos 50 anos, enquanto o PIB global aumentou quase seis vezes, o comércio multiplicou-se 80 vezes em valor e 18 vezes em volume.

Da forma como tem ocorrido, a liberalização do comércio global e o investimento nos países mais pobres nem sempre resultam em benefícios para as suas populações.
Isto gera uma situação de assimetria, onde é cada vez mais difícil para os países pobres e seus pequenos empreendimentos colectivos competirem com as corporações tradicionais, sem mencionar os enormes danos causados às suas populações pelo pouco regulado trânsito de capitais especulativos.

Companheiros, não sou contra o acúmulo de capitais dado que adopto o capitalismo e a democracia; sou antes sim, contra a forma como esse processo decorre. Não espere as regras do comércio mundial mudarem para começar a agir localmente. Combata a exclusão e promova a justiça. Ao fazer compras, dê preferência a produtos oriundos de comunidades pobres.

Donizete

Para vosso maior esclarecimento, visite os sites da FALE e das Nações Unidas.

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