Por ocasião do Dia Mundial da Fotografia, assinalado
a 19 de agosto, mais de 40 fotógrafos portugueses,
professores de fotografia e estudantes de fotografia
tornam público o seu compromisso de não aceitarem
convites ou financiamentos profissionais do Estado de
Israel e recusam-se a colaborar com instituições
culturais israelitas cúmplices do regime de ocupação,
colonialismo e apartheid.
O comprometimento é o primeiro deste tipo e segue
iniciativas semelhantes de boicote cultural a Israel por
centenas de artistas de relevo nos EUA, Reino Unido, África do Sul, Canadá,
Suíça e França. Os fotógrafos
mantêm o
boicote até Israel "cumprir o direito internacional e respeitar os direitos humanos dos palestinianos".
boicote até Israel "cumprir o direito internacional e respeitar os direitos humanos dos palestinianos".
Entre os apoiantes do comprometimento estão João
Pina, vencedor da Prémio Estação Imagem Viana do Castelo
2017, o único prémio de fotojornalismo de Portugal e
Nuno Lobito, personalidade de TV e um dos portugueses
mais viajados de todos os tempos (204 países, 193
reconhecidos).
O comprometimento vem em resposta ao apelo de 2004 de artistas e
trabalhadores culturais palestinianos, incluindo
jornalistas e fotógrafos, para um boicote cultural a
Israel, devido ao seu uso instrumental da cultura para
branquear a opressão sobre os palestinianos.
O boicote cultural a Israel faz parte do movimento global de Boicote,
Desinvestimento e Sanções (BDS), inspirado na
campanha de boicote sul-africana contra o apartheid nos
anos 80. O movimento BDS, com liderança palestiniana,
viu um crescimento impressionante nos últimos anos.
Os artistas de fotografia palestinianos não escapam à brutalidade da ocupação
israelita. Muitos tiveram os seus vistos recusados
pelo exército de ocupação, impedindo-os de participar em
conferências e apresentações internacionais. Artistas
também foram detidos em postos de controlo,
encarcerados, tendo o equipamento destruído e, no geral,
são expostos à mesma violência perpetrada pelo exército
israelita contra todos os palestinianos.
Em 2014, Israel foi considerado o segundo país mais letal para
jornalistas. Israel continua a intensificar os seus
ataques contra jornalistas em 2017. Em Abril passado, a
polícia israelita fracturou as costelas do fotógrafo Ahmad Gharabli da AFP e
quebrou duas das suas câmaras. Ele foi um dos seis
fotógrafos alvo de violência pelas autoridades
israelitas nesse dia. Em Maio, um colono israelita matou Majdi
Mohamed, fotógrafo da Associated Press, enquanto ele
estava a cobrir uma incursão israelita em Nablus. Os
ataques de Israel contra fotógrafos palestinianos e
internacionais fazem parte de uma política sistemática e
foram perpetrados com impunidade.
Segundo Miguel Carriço, vencedor do prémio do
Concelho da Bienal de Vila Franca de Xira 2012:
“Como fotógrafo, e como tendo testemunhado na
primeira pessoa – durante uma viagem para lá – os
crimes que se praticam (todos os dias) na Palestina
por parte de Israel, subscrever esta causa é um ato
natural, tão natural que se torna fundamental aderir e
divulgar esta causa por todos os meios possíveis.”
O fotógrafo-viajante Nuno Lobito comenta:
"Chegou a altura para que o apartheid israelita
receba o mesmo tratamento que o apartheid sul-africano e
ser alvo de um boicote abrangente internacional até
sejam respeitados os direitos humanos. Os fotógrafos não
podem continuar em silêncio sobre o tratamento de seus
colegas palestinianos sob uma ocupação indefensável que
dura há mais de meio século. Os palestinianos pediram a
nossa solidariedade através do boicote e este
compromisso é a nossa contribuição prática para a sua
luta."
O signatário José Soudo, veterano professor
de fotografia e historiador, comentou:
“A História da actividade Fotográfica, está cheia de
exemplos, que nos chegam desde o século XIX até aos dias
de hoje, que nos comprovam que muitos e excelentes
fotógrafos, colocaram o seu olhar ao serviço dos
desfavorecidos e dos oprimidos.”
Para João Henriques, vencedor do Prémio Fnac
New Talents de 2015, “participar desta solidária
iniciativa Fotógrafos pela Palestina é também constituir
uma prece pelos povos em sofrimento na região, ao mesmo
tempo acreditando na fotografia enquanto potência, para
testemunhar, para gerar consciência, para verter
empaticamente em nós o tempo presente do Outro.”
O apoio ao boicote cultural de Israel goza de um
amplo apoio internacional, do qual se destacam os nomes
de Roger Waters, Ken Loach, Mike Leigh, Lauryn Hill,
Mark Rylance, Emma Thompson, Alice Walker, Naomi Klein,
Elvis Costello, Brian Eno, Jean Luc Godard e Mira Nair.
Em 2011, o Festival Internacional LGBT Queer Lisboa abandonou o patrocínio israelita
na sequência de uma campanha BDS. Este ano, activistas
do BDS pediram ao Festival de Almada para cancelar
uma colaboração com o governo israelita e a sua campanha
de marketing Brand Israel.
O texto completo do comprometimento é:
"Apoiamos a luta palestiniana pela liberdade,
justiça e igualdade. Em resposta ao apelo de
fotógrafos, jornalistas e trabalhadores culturais
palestinianos para um boicote cultural a Israel,
comprometemo-nos a não aceitar convites profissionais
ou financiamentos do Estado israelita ou cooperar com
qualquer instituição ligada ao seu governo, até que
Israel cumpra com a lei internacional e os princípios
universais de direitos humanos."
Esta iniciativa despertou o interesse da imprensa portuguesa e internacional, nomeadamente em:
http://www.dn.pt/lusa/interior
https://www.publico.pt/2017/08
https://www.publico.pt/2017/08
http://mondoweiss.net/2017/08/
https://bdsmovement.net/news/p
http://imemc.org/article/portu
http://cdnimgen.royanews.tv/ne
https://alethonews.wordpress.c
-- ___ Comité de Solidariedade com a Palestina palestinavence.blogs.sapo.pt Plataforma BDS-Portugal: https://www.facebook.com/BDS.Portugal
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