A
actual crise no Banco Espírito Santo é a maior de sempre no sistema
bancário português. Com um resultado negativo recorde de quase 3 600
milhões de euros no primeiro semestre de 2014, o BES é mais um exemplo desastroso de uma crise financeira que se arrasta há quase seis anos. Em Portugal, nenhum banco saiu incólume. Só graças aos
empréstimos de curto prazo do Banco de Portugal e aos fundos para a
recapitalização da banca é que os bancos portugueses têm sobrevivido. Os
apoios públicos não têm tido, no entanto, qualquer contrapartida por
parte da banca, nem na gestão dos seus balanços, assumindo
de vez as perdas totais de forma a permitir uma saudável retoma da sua
actividade, nem nas suas prioridades de concessão de crédito,
nomeadamente na urgente recuperação do investimento produtivo e criador
de emprego.
Com uma banca que hoje só serve de lastro à economia portuguesa e um modelo de sistema financeiro que está na origem da actual crise económica, é
urgente debater no espaço público o que realmente mais importa – as
políticas públicas e a redefinição do sistema financeiro de modo a
torná-lo compatível com o interesse público e o desenvolvimento
económico e social do país. Sabemos da necessidade de um sector
bancário saudável para uma economia saudável, mas não estamos dispostos
a pagar a mera socialização das perdas privadas. A falência do actual
modelo deve ser pois uma oportunidade para colocar a banca ao serviço do
emprego e do progresso social.
Este é um debate urgente que interessa a todos. Participa e divulga!
ATTAC Portugal
www.attac.pt
attac@attac.pt
Rua Febo Moniz 13, r/c
1150-152 Lisboa
Sem comentários:
Enviar um comentário