No passado dia 6 de Março, o MSE levou a cabo uma inscrição colectiva de desempregados no Centro de Emprego do Conde Redondo,
acção que motivou a
pronta intervenção das forças de segurança com a respectiva identificação dos desempregados presentes.
Na sequência dessa acção, Myriam Zaluar, então activista do movimento, acabaria acusada do crime de “manifestação ilegal”,
processo que terá no próximo 10 de Janeiro, às 11h, no Tribunal de Pequena Instância Criminal de Lisboa, o respectivo desenlace.
Poucas semanas depois dos factos e com o objectivo de defender a
companheira - acusada em nome de todos - e de defender o direito
à distribuição de panfletos, o MSE repetiu a acção com cerca de meia
centena de desempregados, sendo que desta feita a polícia não
só não identificou ninguém, como sublinhou, à frente dos jornalistas
presentes, que a repetição da acção não comportava nenhuma
ilegalidade que justificasse a sua intervenção, tendo assistido a tudo
serenamente.
Face aos factos, não só fica evidente a
discricionariedade da actuação policial, como a desproporção e o disparate da acusação
de que a activista foi alvo, motivos que deviam envergonhar um estado de direito forjado no chão de Abril.
Depois de lançar a austeridade querem agora semear o medo, mas cada
acção para nos travar é um reforço para o nosso ânimo. Lutamos
contra o desemprego como contra a intimidação e, apesar de termos
seguido caminhos diferentes e de hoje a Myriam se ter afastado do
MSE não são motivos para que não só manifestemos a nossa solidariedade
como a disponibilidade e o uso de todas as nossas forças para
garantir a sua defesa.
Ontem foi a Myriam Zaluar, hoje foi a Paula Montez e não sabemos quem
será amanhã, mas sabemos que a criminalização é a outra face
do desemprego. O nosso combate é feito para que chegue o dia em que
todos usufruam do direito ao trabalho e tenham sido derrubados
todos os obstáculos ao exercício da nossa liberdade.
No próximo dia 11 de Janeiro não é só a Myriam Zaluar que estará no banco dos réus uma vez que este é um processo contra todo o
movimento e que visa todos aqueles que não desistem de lutar. Por tudo isso lá estaremos para dizer bem alto que "Somos Todos
Myriam Zaluar!" e que vamos continuar a defender os nossos direitos na proporção do ataque de que estamos a ser alvo.
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