terça-feira, junho 05, 2007

Embaixada de Israel impõe posto de controlo em Lisboa

DENÚNCIA E PROTESTO
Embaixada de Israel impõe posto de controlo (check-point) em Lisboa

Hoje, dia 5 de Junho de 2007, uma delegação de representantes de 55 Organizações Não Governamentais Portuguesas viu recusado um encontro previamente aceite pela Embaixada de Israel. O encontro destinava-se a entregar uma Carta-Apelo contra a ocupação, por Israel, dos territórios palestinos, por ocasião da data em se completam 40 anos do início da Guerra dos Seis Dias.

O encontro com uma delegação de duas personalidades representando as 55 ONG’s – a quem a Embaixada solicitou previamente os números e data de emissão dos bilhetes de identidade, e que seria recebida pelo Primeiro Conselheiro da Embaixada – não se chegou a efectuar.

Alegando que “a presença de mais de 5 pessoas” na rua da Embaixada constituía uma “manifestação provocatória”, a Embaixada utilizou como pretexto para recusar o encontro, o facto de haver uma dezena de representantes das 55 ONG’s no passeio fronteiro à Embaixada (mesmo que sem qualquer pano ou palavra de ordem acompanhar).

Para além de se recusar a receber os dois representantes das ONG’s Portuguesas, a Embaixada de Israel – provavelmente deturpando a realidade da situação e alegando perigos inexistentes – levou a PSP a mobilizar dispositivos policiais consideráveis (três carros-patrulha e uma carrinha do Corpo de Intervenção) e totalmente desproporcionados, dada a inexistência de qualquer alteração da ordem pública, ou sequer de uma manifestação que nunca chegou a estar prevista.

A Embaixada de Israel procura assim impor a “lei” de Israel nas ruas portuguesas.

Tal como em numerosas outras ocasiões recentes, a PSP pediu a identificação dos dois representantes das ONG’s que tinham o encontro marcado na Embaixada, numa acção que confirma as tendências incriminatórias e repressivas crescentes que o Governo e o seu Ministério da Administração Interna têm vindo a generalizar.

Não é Governo de Israel que dita as leis em Portugal.

Portugal é um país soberano e não é admissível que as liberdades democráticas aqui sejam questionadas, por quem quer que seja.

O movimento de solidariedade com a luta do povo palestino prosseguirá no nosso país, não se deixando intimidar por semelhantes atitudes.

Em anexo enviamos o texto completo da Carta-Apelo dirigida ao Estado de Israel bem como a lista das 55 organizações subscritoras.

O Conselho Português para a Paz e Cooperação

O Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente
A Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional



Organizações subscritoras:

CPPC – Conselho Português para a Paz e Cooperação
MPPM – Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente
CGTP/IN – Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional
APD – Associação Portuguesa de Deficientes
Associação de Amizade Portugal-Cuba
Associação Vidas Alternativas
ATTAC Portugal
Casa do Alentejo
CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal
Colectivo Solidariedade com Múmia Abu Jamal
Comissão de Paz de Almada do CPPC “Almada Pela Paz”
Comissão de Paz de Beja do CPPC
Comissão de Paz do Seixal do CPPC
Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto
Confederação Portuguesa de Quadros Técnicos e Científicos
FAR - Frente Anti-Racista
Federação Nacional dos Sindicatos da Função Pública
FENPROF – Federação Nacional dos Professores
FEVICCOM – Federação Portuguesa dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro
FNTCT – Federação Nacional dos Trabalhadores dos Correios e Telecomunicações
Follow the Women Portugal
GRAAL
Interjovem / CGTP
Inter-Reformados / CGTP
JOC – Juventude Operária Católica
MDM – Movimento Democrático de Mulheres
MURPI – Movimento Unitário de Reformados, Pensionistas e Idosos
Olho Vivo – Associação de Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos
OPUS GAY
Pax Christi Portugal
Sindicato dos Trabalhadores da Função Pública do Sul e Açores
Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Cerâmica, Cimentos e Similares do Sul e Regiões Autónomas
Sindicato dos Vidreiros
Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário
SINORQUIFA – Sindicato dos Trabalhadores da Química, Farmacêutica, Petróleo e Gás do Norte
Sociedade de Instrução e Beneficência “A Voz do Operário”
Sociedade de Instrução e Recreio Barreirense “Os Penicheiros”
SOS Racismo
SPGL – Sindicato dos Professores da Grande Lisboa
STAL – Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local
Teatro Experimental de Cascais
Tribunal Iraque
União dos Sindicatos da Região Autónoma da Madeira
União dos Sindicatos de Beja
União dos Sindicatos de Braga
União dos Sindicatos de Coimbra
União dos Sindicatos de Évora
União dos Sindicatos de Leiria
União dos Sindicatos de Lisboa
União dos Sindicatos de Setúbal
União dos Sindicatos de Viana do Castelo
União dos Sindicatos do Norte Alentejano
URAP – União de Resistentes Antifascistas Portugueses

3 comentários:

Rui P. Bebiano disse...

Tratava-se obviamente de um grupo de perigosos terroristas armados de turbantes com bombas em sub-capa.

Não é por isso de admirar que as nossas democráticas forças de segurança tenham actuado com o vigor habitual para repor a ordem.

Ficamos agora ansiosos a aguradar a conferência governamental onde se revele que os manifestantes estavam armados com isqueiros e tomates. E, pior ainda, que várias testemunhas ouviram contar anedotas de judeus.

Anónimo disse...

o que mais me lixa é Portugueses que nunca sairam da parvonia, e que pensam terem razao. Pois amigos antes falar é preciso um minimo inquerir-se.Saber que israel da agua e electricidade a gaza e cijordania, tal como legumes o leite qando ha surproduçao. Mas vossas intelegencias noa comminuquam sobre o caso.Tal nao referem que os pais irmaos "arabes" nada fazem para ajudar em nada (educaçao, finanças, alimentaçao).

Anónimo disse...

Israel, tem razão em resguardar-se com os recursos que possui.É a única Democracia onde o povo põe e tira seus representantes através do voto, no meio daquela população fundamentalista e radical. Não se brinca com o perigo. Vai que um, um único daqueles representantes seja um indivíduo que acredite na absurda idéia de, morrendo ao explodir uma bomba sob a roupa,e levando com ele uns dez ou mais israelenses, indo assim para o paraiso onde terá sete virgens pelo brilhante e explosivo trabalho? Antes prevenir que remediar.
Viva Israel, Democracia do "Médio Oriente" como se diz por aí em Portugal!