segunda-feira, novembro 06, 2006

FSP's (continuação)

A opinião do Paulo sobre o FSP (ver umas linhas baixo) leva-me a fazer aqui duas observações:

Obs 1: o debate em torno do FSP tem-se limitado à antinomia partidos-associações

Neste quadro, as conclusões acabam por oscilar entre os que defendem a necessidade de conquistar um espaço de autonomia aos partidos e os que defendem correr simplesmente com os partidos do processo.

À luz da experiência anterior, a nossa proposta é que formulemos a questão do seguinte modo: o que é que o FSP pode trazer para as agendas das associações que os outros espaços de intervenção cívica não trazem? E que condições se têm de verificar para essa ‘mais valia’ se materializar? Que metodologias de trabalho, que práticas, têm de ser seguidas para transformar as ideias expressas em movimento? E que forças, que capacidades, que disponibilidades, temos para o fazer?

Se formos capazes de elaborar um programa de trabalho que responda – parcialmente que seja - a estas interrogações, então também seremos capazes de ver o lugar que os partidos ocupam nele.

Há que esclarecer que quando falo de FSP o entendo como «o processo de construção de um espaço de encontro, sem direcção ou programa político, aberto à participação de todas as pessoas singulares, associações, redes de organizações e outras entidades que acreditam que um outro mundo em que reine a paz, a justiça, a solidariedade e a sustentabilidade é não apenas possível: é necessário.»

Obs. 2: o “mal” não é exclusivo do FSP

Das várias plataformas de acção colectiva que conheço – a das ONG de Desenvolvimento, a do Comércio Justo, a Animar, … – em todas elas são evidentes, porque abertamente manifestadas, as dificuldades de trabalho em conjunto, levando a mal-estares e perdas de operacionalidade – quando não paralisias - dessas redes.

Esta observação não é feita para de servir de consolo mas para lembrar que os impasses porque passa o FSP, embora tenham razões próprias, específicas, têm motivos de natureza mais global cuja resolução radica na sociedade portuguesa e nas suas relações com o mundo. E é neste referencial que têm de ser interpretados e compreendidos.

Sem comentários: